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Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

O macaco e a menina

Abril 17, 2010

O macaco, do alto da árvore, viu chegar a menina, o seu vestido colorido, o seu chapéu cheio de fitas. Pensou -se é que os macacos pensam- que devia ser divertido brincar com elas. E então pensou -vamos assumir que pensam- em como poderia tirar-lhe o chapéu.

Mas a menina, alheia à presença do macaco, cantarolava, sorrindo, entre flores e árvores e seguia o seu caminho, contente. O vestido a roçar-lhe os tornozelos, as fitas a dançar atrás dela.

Pensava -sim, porque as meninas pensam- em como era tão mais fácil seguir assim caminho, sabendo para onde ia. Pensava -porque esta menina gostava de pensar -que era feliz, no seu vestido comprido e com o seu chapéu de fitas, a caminho do seu cantinho. Tinha tudo quanto queria. Até tinha sandálias! Tinha tudo quanto sempre tinha sonhado e o que ainda não tinha, estava a caminho de encontrá-lo! E sorria, entre as flores e as árvores. Gostava de ter os pés nestas sandálias. Não lhe faltavam dúvidas, mas das coisas importantes, dessas, tinha certezas.

O macaco viu a menina sorrir. E viu o chapéu de fitas. E atirou-se repentinamente e arrancou-lhe o chapéu da cabeça! Desapareceu, num turbilhão de folhas verdes, perfilado a fitas coloridas. Sentou-se num ramo, de chapéu na mão, a olhar para as fitas. Puxou, mas não se soltaram. Pôs o chapéu na cabeça, mas tapava-lhe a cara e os olhos. Chateado, sentou-se em cima do chapéu e ficou assim, amuado, a olhar para o lado.

A menina caiu ao chão com o impacto. Não chegando bem a perceber o que era nem de onde tinha vindo. Levantou-se e procurou o chapéu por todo o lado. Não consegui encontrá-lo. Então, sentou-se na erva macia e chorou, um choro longo e desconsolado. Chorou cada sonho de cada fita, chorou cada desejo, cada desdita, chorou cada vitória e todos os beijos e todas as lágrimas e todos os segundos de vida passada e futura presos àquelas fitas. Sem sonhos, era apenas uma menina, nua e aflita. Era. Apenas.

E o macaco, no alto da árvore pensava, enquanto adormecia de consciência descansada, como era agradável e colorida esta nova almofada…

 

  

 

  

 

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...não sei...

Abril 14, 2010

 

 

 

 

Não sei porque se afastam os passos,

Se contam os beijos, se mitigam os abraços.

 

Entre palavras e silêncios e gritos,

Todos os ditos e os não-ditos,

Porque se afogam os olhos, se apertam novelos,

se brandem razões e reclamam desditos!

 

Não sei porque se perdem os passos,

Se recusam beijos, se fecham os braços.

 

 

 

 

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