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Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

♂♀

Fevereiro 01, 2008

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Um dia encostar a cabeça no teu peito, já não vai ser um gesto de amor, será apenas mais uma rotina, um gesto habitual, que aceitarás, ausente, preso a outras frases e a outras cores, mesmo se fisicamente presente. A tua mão já não me afagará o cabelo em ritmo lento, apenas ficará pousada, inerte, peso leve numa cabeça alheada.

 

Um dia o meu sorriso, já não será tão contente, será apenas um reflexo, condicionado pela tua chegada. Já não haverá despertares a meio da madrugada, tudo terá horas, e o dia-a-dia será uma longa sequência regrada. Os meus olhos já não brilharão no teu sorriso, viveremos apenas em função de termos assumido um compromisso.

 

 

Será, meu querido? Que o tempo nos vai vencer, transformar o que a quatro mãos soubemos encaminhar e deixar crescer? Será que vamos viver apenas no mesmo espaço, compartilhando tarefas e um ocasional abraço? Será que afinal nas nossas mãos não vai haver mais forças, não vai haver mais notas, não vai haver mais versos e vamos passar o dia absortos, perdidos entre o que há para fazer e tudo o que está atrasado, perdendo o sentido e o sabor de um abraço de amor, de um aconchego procurado?

 

Que será de nós se chegar esse dia? Onde voarão os teus pensamentos, que bailará na minha cabeça vazia? Como faremos face às agruras, às tristezas de uma casa cheia e no entanto vazia? Que faremos do tempo dos nossos dias? Que mãos vão acarinhar as nossas, que braços nos vão confortar? Quem nos dirá baixinho, que até o que é mau tem que acabar? Como se conjuga o verbo conformar? Será que o tempo nos acaba? Será que a vida nos ataca e nos rouba o saber sonhar? Como se esquece o prazer de amar?

 

Hoje a minha mente viaja, procura respostas para perguntas hipoteticamente futuras, mas é teu o braço que embala a viagem, teus os olhos que procuro ver. Hoje sei o que quero ter, passados anos e anos ao teu lado, sei como te quero acordar, como quero amar um rosto já enrugado. Sei como quero que seja ter-te sempre ao meu lado. Hoje tenho a força de te amar, a força do amor com que me prendes e dás asas, hoje tenho tempo a perder, com perguntas inúteis e respostas complicadas.

 

 

Um dia já fomos amantes vorazes, já fomos cão e gata  de garras afiadas, já fomos vozes que gritam mentiras, olhos que escondem verdades. Um dia já fomos amigos, em longas conversas prolongadas, também fomos inimigos, de arma em punho, ainda que travada. Um dia já fomos mistério, floresta virgem, lentamente explorada, um dia fomos vizinhos, na mesma casa, de cara fechada.

 

Um dia já fomos ternura, já fomos mão que conforta e acalma, um dia já fomos de tudo, sol poente e fria alvorada. Um dia já fomos capazes, de nos render sem condições, ao amor que nos une sem limites, ao ritmo do bater dos corações. Um dia já fomos mão na mão, sem medo de nada. Agora somos assim, um só ser, uma só alma, uma só vida para ser contada.

 

 

 

 

 

 

 

2 comentários

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    Lazy Cat 02.02.2008

    Emanuela,

    Não resistas. Comenta sempre que achares por bem.
    Não sabia que me lias sequer.
    Um beijo e sobretudo, obrigada!

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