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Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Inoportuna e inesperada

Abril 26, 2012

 

Diz-se que assim é a Natureza. Talvez na realidade porque a própria Vida seja assim.

 

Quantas vezes se intromete no nosso futuro cuidadosamente planeado? Quantas vezes nos faz atirar ao ar tudo quanto decidimos e nos coloca à frente o que sempre quisemos, o que nunca tivemos coragem de pedir, o que jamais pensámos que nos pudesse acontecer. Oh sim, a vida é inoportuna e inesperada. E tem um sentido reforçado do irónico. Diria até que a vida é sardónica, que se movimenta sinuosamente entre o sardónico e o sarcástico mas, teria que me haver depois com os defensores de uma “vida fácil e bela” que nós tendemos a complicar e, em boa verdade, eu faço parte, na maioria dos dias, dos defensores dessa vida generosa e sorridente que nós não sabemos aproveitar…

 

Mas…a vida é a vida. Tem de tudo lá dentro e talvez o resultado da receita dependa muito mais das doses usadas de cada ingrediente do que da variedade dos mesmos, talvez dependa muito mais da atitudecom que se encarado que das ferramentas que se usam para o fazer, talvez…talvez baste apenas encontrar a receita certa…

 

Numa analogia algo estranha, podemos comparar a vida a um pão.

Temos o pão básico. Farinha, água, fermento e sal. E sabem que mais? É possível estragar este pão. É possível que saia mal, não apenas porque ficou muito ou pouco cozido mas ainda, porque tem mais ou menos água, mais ou menos fermento, mais ou menos sal.

 

Sal. Sim, sal e a sua devida importância. É possível ainda, que tendo todos os ingredientes na medida mais certa, cuidadosamente medidos, pesados, tentando não deixar nada ao acaso, este pão fique mal amassado. Teremos então que comer um pão saboroso, eventualmente, mas duro! Que terá de ser comido lentamente, mastigado devagar e com afinco. Um pão que pouco ou nada apetece comer. E, no entanto, está tudo lá. Tudo o que fazia falta à partida, nas medidas certas. E ainda assim podemos ter um pão pouco cozido, por impaciência, talvez? Um pão abatido, salgado, que se desfaz…e estava no entanto, tudo lá.

 

Podemos ter um pão queimado porque, num breve descuido, a que habitualmente não somos dados, deixámos que o tempo nos escapasse, mas ele passa inexoravelmente, deixando marcas uma vezes mais visíveis que outras e, neste caso, arruinando o pão da nossa vida. Será? Será que o pão escuro e duro por fora está arruinado no interior? Será que nada se aproveita? Será que desta capa escura e dura para dentro nada presta e jamais se vai aproveitar? Será que, esta capa em si, nada tem para dar? Será que vamos olhar duas vezes para este pão ou que o vamos pura e simplesmente descartar?E se lhe juntarmos manteiga? Doce? Queijo acabado de cortar? Depende do grau em que ficou queimado, e da habilidade de cada um para fazer limonada com os limões que a vida lhe dá e os ingredientes que lhe vão aparecendo. 

 

E então, a vida, que nos fez descuidar brevemente do pão, traz-nos mais farinha, água, fermento e sal.

 

Inoportuna? Talvez. Porque não estamos virados para voltar a fazer pão.

Inesperada? Talvez. Até porque desta vez nos traz sementes, para o pão.

Irónica? Com certeza. Traz-nos pela mão a receita, os ingredientes e até já nos mostrou (várias vezes) como é que não se faz.

 

Practice makes perfect.

Let’s bake a perfect life. 

 

                                                     esta música

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