Das palavras
Novembro 20, 2012
Das que nunca direi a ninguém, nunca disse, às que nunca chegarei a conhecer, vão rios de palavras que descartei, esqueci, apaguei, ignorei ou usei demasiadas vezes.
De todas aquelas que se prendem na garganta, se deixam de escrever, se calam e afogam em lágrimas ou se gritam para toda a gente saber. Das pequenas, das felizes, das simples, das de referência, inesquecíveis, das escondidas em corações de origami que um dia te mandei num envelope dos correios, sem remetente. Das que se deixam nas paredes, nos bancos dos comboios, das que se dizem inconscientes, e das que se amotinam por detrás de uma boca fechada! Das que me fazem acordar a sorrir, das que têm cheiro e até sabor. Das que leio e me encurtam a estrada, das que escrevo, que recordo, das que vou ainda descobrir, daquelas que tenho já saudades! De todas, em todos os idiomas que conheço que jamais serão suficientes para dizer sem sombra de dúvidas e sem vírgulas quão bem te posso querer!