é amanhã
Novembro 15, 2013
Amanhã, amanhã faço aquilo que o hoje não deixou. Arranco-te de mim, rasgo-te em pedaços, piso-te, estrago-te e atiro-te para o lixo, amarrado com fios e arames e colado, peliculado, tudo o que for preciso para te conseguir esquecer.
Amanhã. Amanhã apago o teu nome dos meus diários, ou rasgo as páginas, ou posso até queimá-los! Rasgo e queimo as páginas uma a uma e fico ali, a vê-las arder e, vendo morrer a chama vermelha, potente e destemida até apenas sobrar uma casca negra e encarquilhada que o vento vem estragar, talvez perceba o quanto fomos nada e que nada mais há a fazer ou a esperar.
Amanhã. É amanhã que te esqueço, que te apago, que te tiro de mim. Amanhã bem cedo, ainda antes do sol nascer, para começar o dia a sorrir sem o teu peso no meu coração. Amanhã. Amanhã que hoje ainda tenho medo. Não de te esquecer. Mas de não ser capaz.