Promessas de tudo, certezas de nada
Setembro 24, 2007
Do nada. Para esta erva verdejante.
Abraçada ao vento,
brinco às escondidas com os raios da lua.
Ao longe ouve-se o ruído
de gente que dispersa, afastando-se
pelas ruas, de gargalhadas ainda sonoras,
apesar do cansaço e do adiantado da hora.
Restam neste cenário de conto de fadas,
algumas serpentinas e candeias acesas,
e velas já pequeninas, espalhadas pelas mesas.
A orquestra ainda toca,
ou será o rio,
que corre devagar,
largo e calmo brilho fugidio?
As árvores murmuram, por cima da minha cabeça,
balançam devagar os ramos, sorrindo ao vento,
que as embala neste contentamento.
Sinto as gotas de orvalho,
que caem lentamente,
para não apagar o cenário.
De novo os violinos, que convidam a dançar,
e um barco que me espera, num doce balançar,
atrevo-me a pisá-lo, a largar amarras,
a fechar os olhos e recordar…
outros sons e gargalhadas,
outro rio de gôndolas encantadas,
passeando preguiçosas
casais de innamorati,
promessas de tudo, certezas de nada…