Não sei quem és. Como vives Onde estás O que ouves, o que fazes de que ris, porque choras o que te dói, o que ignoras. Por onde passas. Por quem passas. Quem entra e sai da tua vida. Quem fica. Quem te atira. Quem te atrai. Quem te abraça. Quem lês. Se escreveste. Se já adormeceste ao raiar do sol se perdeste noites. Se as ganhaste. Quantos rios atravessaste. Quantas marés venceste. Por onde te perdeste, por onde andaste por que caminhos voltaste. Não sei como chegar a ti ou se te procurar Mas gosto do teu sorriso e do brilho no teu olhar Do silêncio infinito em que ficamos a conversar Gosto de ti no improviso Não te conheço, mas fazes-me sonhar. Gosto de ti ao luar Gosto de ti pela noite fora gosto de ti, ainda, ao acordar. Gosto da ideia de existires, da ideia de te ter Não te conheço. Não te procuro. Mas és tu quem me vem adormecer.
Debaixo do céu e das estrelas numa cama de relva, cobertos de luar, dormem os amantes exaustos de tanto amar.
Talvez sonhem os beijos trocados as carícias multiplicadas A sintonia de corpos que se reconhecem Talvez ouçam gemidos roucos e gritos a ecoar talvez sintam unhas que rasgam a pele ou corpos que se fundem, se desintegram e se diluem no ar.
Talvez
Ou talvez durmam sem sonhos porque foram para lá do sonho entre o receber e o dar...
Estacionaram lado a lado. Sorriso. Sorrisos. E agora? Ela viu uns olhos. Azuis. Da cor daquele céu de verão. E um tufo de caracóis revoltos Ideais para passar a mão.
Entramos? Entraram. Fechou-se a porta. Abriu-se o silêncio. Tinha sido fácil chegar ali... Mais sorrisos, hesitantes. e perguntas importantes. Então? mudou algma coisa? Não. Não tinha mudado nada. Apenas havia olhar, corpo e mãos a associar a uma voz. Gosto destas mãos,pensou ela. Ele? não sei do que gostou. Partilharam abraços. Beijos. Carinho. Partilharam histórias. E esfumaram-se as horas.
Como nos contos de fadas, a magia foi-se embora... Gestos desajeitados, abraços. "Gosto de ti" trocados. Ele regressou pelo mesmo caminho. Ela foi para casa, sozinha. A vida tem coisas destas...
A vida tem coisas bem melhores que contos de fadas momentos em que o que sentimos é verdadeiro, as deixas não são inventadas. Sem espaço para mentiras ou verdades pouco claras. Momentos em que se separam os corpos mas se amarram definitivamente as almas.
Gosto muito de ti. De acordar e saber que te encontro. Sem saber de onde vens, mas também não me importo. Gosto de te sentir ao meu lado quando me viro na cama. Gosto de te saber em casa para o jantar.
Sei bem que não gostas de multidões, de teatros, de cinema, por isso nem te peço para me acompanhar. O barulho dos centros comerciais incomoda-te. Vou sozinha comprar... Os teus cereais, a tua fruta, o teu vinho, tudo escolhido com muito carinho. Sei que estás cansado. Muito trabalho, muitos serões. Fins-de-semana passados a trabalhar.
Sei que te vou encontrar a ler, ou a jogar. Ultimamente preferes o computador. Faço o que posso para não te incomodar, meu amor.
Deito-me cedo. Espero por ti. Muitas vezes adormeço sem te abraçar. Levanto-me cedo. Deixo a casa a brilhar. Faço o teu almoço e vou trabalhar.
Não me lembro bem se ainda me procuras. Mas estás em casa. Estou segura. Já não me lembro bem do teu sorriso. Mas sei que me amas, dizê-lo não é preciso.
Hoje fui às compras sozinha. Comprei coisas lindas, de rendas e de seda. Não, não precisas de ver...para ti sou uma princesa! Mas...eu até queria mostrá-las. Que as tirassem, me tocassem sem elas. Sei que não tenho rival, mas tenho saudades tuas, afinal.
Mas deixa estar. Nem te preocupes. Continua aí, entre o trabalho dobrado e esse jogo viciante que te mantém afastado de mim pela madrugada fora. Não sei com quem trocas tantas mensagens. Mas porquê pensar nisso agora? Nem porque pareces tão feliz quando chegas, apesar de cansado.
Hoje vais chegar, como sempre, cansado e sorridente. E sem vontade de falar. Nao faz mal. Vais encontrar a mesa posta. O jantar não sei se faço. Mas deixo-te uma casa vazia de mim. E levo algumas recordações. Não muitas. Não há muito de bom para levar. Mas sabes? nos ultimos tempos, aprendi muito. Não fui feliz, mas ainda vou a tempo...
Há falésias. Há dunas. Há o azul do céu. Gaivotas. Visitantes ocasionais. Há o calor do sol na minha pele. Algas. Que dançam à vez com as minhas pernas. O sabor único dum lugar por descobrir. O silêncio quase perfeito que poucos sabem sentir. Há o canto do mar que me embala o sono. E é aqui, entre a realidade e o sonho que me encontro e me abandono.
Lazy sunbather at the end of the day absorbing the sun and flying away through memories and scents feelings and wishes listening only to the waves reaching the shore
travelling slow or not moving at all to those who are around immobile and small maybe asleep...still so far away!
Where would I be If you were by my side If I could hear your breath If I could read your eyes
If we both were sunbathers at the end of the day would I stay by your side would I still be dreaming away...?