... Os olhos procuram-se cúmplices e inquisitivos as mãos encontram-se, numa resposta muda. Olham uma última vez para este lago onde têm vivido e sonhado e, em conjunto rumam ao desconhecido, deixando atràs deles um rasto de brilho gelado.
A Humanidade, como sempre foi entendida, já não existe. Resta um planeta semi-vazio, alguns lugares habitáveis e habitados, por quem no conhecimento e no sonho evoluiu e ficou.
Tudo aquilo de que se lembram, que conhecem e dão por certo, fruto de guerras e pseudo descobertas, acabou.
Na persecussão de um bem maior e comum, os Terrestres abriram a porta a um desconhecido que os mudou profundamente e quase os destruiu.
A maior parte sofre sofre uma mudança constante do corpo, tentando manter faculdades, tentando manter pensamentos coerentes. Vivem no País do Norte, eternos mutantes, afastados dos outros por um escudo de luz. Outros vagueiam, seres impalpáveis, que não pesam nem respiram. Entregues às correntes dos ventos, exércitos etéreos que ninguém conduz.
Resta um semblante de mundo.... São poucas dezenas. Cientistas. Criadores. Sonhadores. Reunidos na Terra de Fogo, protegidos dos incêndios relâmpago pelas águas gélidas e profundas do lago.
Dentro desta cúpula, existe o mundo de que se lembram. Relva, macia debaixo dos pés. Algumas flores, uma horta. As cores não são as mesmas, mas os olhos que as vêm também não. Os pés que pisam a relva fazem-no por querer e, o que outrora era alimento, agora é apenas fonte de prazer.
Este é o povo de luz. As mentes inquietas, repletas. Aqui está toda a capacidade de pensar, imaginar, descobrir e realizar. Todas as possibilidades. A única opção. Os únicos, neste novo mundo atormentado que se mantêm. Estáveis. Por enquanto. Num universo mantido assim, agora sim, para o bem de todos, pelo esforço de apenas alguns.
Aqui, vive-se de solidariedade entre todos os seres, de cumplicidade entre alguns.
Já são tão poucos....e vão ficar menos ainda. Porque um dia alguém sonhou voltar ao nascimento do mundo. Ao dia em que se semeou na Terra, o que a transformou e lhe deu vida. Mas também o que a estabilizou. A esperança....para quem ficou.
A Terra de Fogo é apenas mantida. A energia de todos já quase não chega e assim...
partem dois, Cientista e Sonhadora, num derradeiro esforço, para muitos companheiros, procurando na ainda ausência aquilo que será para todos, a essência de uma nova vida...
As minhas pessoas são as que guardo carinhosamente no fundo do coração belas profundas feitas de amor e ternura de longas conversas de disparates as que, aqui ou no fim do mundo estão sempre ao meu lado são aquelas de quem me afasto e me recebem de volta sem mostrar desagrado
São as minhas pessoas, as que estimo, as que amo as que respeito e admiro algumas têm rostos, que já esqueci outras vozes que já não ouço mas fazem parte de mim, procuro-as sempre que posso Sem elas o mundo seria frio e baço.
As minhas pessoas, que me reconhecem, no silêncio e nas palavras, são filhas do mundo, vivem por aí, espalhadas
Palavras, apenas umas grandes, outras pequenas. Palavras que tocam que afectam, que afagam, palavras que gritam que rasgam ,desenlaçam Palavras que curam, cheias de ternura palavras que murmuram, que fazem da vida uma tela colorida palavras tolas, palavras sensatas por vezes rios de abraços outras vezes cascatas avalanche de sentimentos palavras que marcam momentos que prometem, comprometem que aconchegam ou inquietam palavras grandes ou pequenas nunca são palavras apenas.
Esta página espera a cumplicidade de alguém.....
esperava....e recebeu exemplos fantásticos de cumplicidade entre pessoas e palavras. a todos, muito muito obrigada!
( O Blogger é teimoso, não me deixava alterar o texto!!! mas eu sou mulher...;) )
Vivo numa casa sem portas e sem janelas quem cá mora não precisa delas Leves e transparentes vagueiam pelo ar e dormem pelo chão aquecem-se ao sol de inverno molham-se nas chuvas do verão acordam com o chamado da lua, dançam com ela pela noite fora voltam para casa, sorridentes quando chega a aurora É com gestos lentos que me acordam com sorrisos, quase sem palavras o sol já brilha... vou enfrentar a vida lá fora Fantasmas, residentes nesta casa que já não chora, descansem vocês.....por agora