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Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Life Sparkling

Setembro 30, 2007

Há nas palavras que te digo algo que escondo, algo que tiro, algo que fica sem que eu queira, algo que vale pela vida inteira. Há nas palavras silêncios, tardes de chuva, noites à lareira. Há pecado e perigo. Quem dera momentos e segredos partilhados contigo. Há também algumas lágrimas, semeadas entre os sorrisos, e por entre elas vagueia um sonho perdido. Há memórias traiçoeiras, vidas atraiçoadas, há páginas inteiras de linhas apagadas, há rabiscos de luz feitos de madrugada, de olhos fechados e luz apagada. Há nas palavras que te digo rios de tudo e mares de nada, e cores de luto em notas cantadas. Há tanto de riso e tanto de dor, há tanto de pedras e tanto de amor, que se me cala a voz e não as consigo dizer. Porque há nas palavras que te digo, um gosto de abraço, aliado a abrigo, um travo de beijo que rima contigo. Há relâmpagos e trovões que incendeiam a noite, línguas de fogo e o vento em açoites, há lugares perdidos entre as cores do sonho, há mãos que se querem e fogem do encontro, há olhos que se cruzam e depois se afastam porque não há palavras e os olhares se gastam, há em todas estas palavras tudo o que te diria, no silêncio dum olhar, nessa hora fugidia.

Meu amor

Setembro 29, 2007

Meu amor.

O meu amor não tem nome

nem tem rosto

Mas tem cheiro a Outono

e a encosto.

O meu amor não tem idade

Mas tem o tempo da verdade

O meu amor não é pequeno

Não é comum, não é banal

É meu, e só por isso especial.

 

Meu amor

O meu amor é caminho

pisado por quatro pés

É corpo explorado de lés a lés

O meu amor é carinho

Mas não tem feitio de ninho

Tem ares de tempestade

Tem relâmpagos e trovões

Neblinas e nevões.

 

Meu amor

O meu amor não se mede

Pelo que diga ou  faça

Mas pela velocidade

a que o temporal passa

O meu amor não é teu

Não é nada que te dê

É algo que se sente

E que ninguém vê.

 

Meu amor

O Meu amor não é poema

Nem nada que se leia

O Meu amor é apenas ainda

    Pálido esboço duma ideia

Your latest trick

Setembro 26, 2007

All the late night bargains have been struck
Between the satin beaus and their belles
And prehistoric garbage trucks
Got the city to themselves
Echoes roars dinosaurs
They're all doing the monster mash
And most of the taxis, most of the whores
Are only taking calls for cash

I don't know how it happened
It all took place so quick
But all I can do is hand it to you
And your latest trick

My door was standing open
Security was laid back and lax
But it was only my heart got broken
You must have had a pass key made out of wax
You played robbery with insolence
And I played the blues in twelve bars down Lover's Lane
And you never did have the intelligence to use
The twelve keys hanging off my chain

I don't know how it happened
It all took place so quick
But all I can do is hand it to you
And your latest trick

Now it's past last call for alcohol
Past recall has been here and gone
The landlord he finally paid us all
The satin jazzmen have put away their horns
And we're standing outside of this wonderland
Looking so bereaved and so bereft
Like a Bowery bum when he finally understands
The bottle's empty and there's nothing left

I don't know how it happened
It was faster than the eye could flick
But all I can do is hand it to you
And your latest trick

Dire Straits

 


 

So why worry, if there’s no one to care

If we’re all just going nowhere

Si la vie dirige l’orchestre de nos pas,

Si on marche et on n’avance pas

Si ci amiamo e non sappemo dirlo

Si manchiamo ma non vogliamo sentirlo

Si nuestros caminos solo se han cruzado

Porque en el cruce nos hemos equivocado

omdat wij geen andere weg hebben en we

kunnen niet meer terug

en omdat we niet meer kettingen

hebben en geen sleutels.

e só fechando os olhos sabemos das nossas verdades ...

Então que importa se não há ninguem se importe

se todos andamos para lugar nenhum

se a vida dirige a orquestra dos nossos passos

e andamos mas não avançamos

se amamos e não sabemos dize-lo

se fazemos falta e não queremos senti-lo

Se os nossos caminhos só se cruzaram

porque num cruzamento nos enganámos

porque não temos outro caminho

e não podemos voltar atràs

E porque não temos mais correntes

nem mais chaves

E só fechando os olhos sabemos das nossas verdades ...

 

 

 

 

Ecos

Setembro 25, 2007

 

  

 

 

 

Vazio....

Ecos de mim

Vazio

Pedaços de ti

Entre as vielas

Esquecidas da memória,

entre as pedras gastas

Fica uma réstea de história

Fica uma restéa de mim,

Pedaços aqui e ali

Do que fomos e já não somos

Agora que adormeci

Não me lembro bem,

Penso que já vivi....

Entre tu(do) e nada

Setembro 24, 2007

 

 

Entre o teu nada e o meu nada

Aparece de repente um tudo

Feito de mágoa e de doer profundo.

 

Entre o teu nada e o meu nada

Ruge feroz um grito mudo

Feito da tua espada e do meu escudo

 

Entre o teu nada e o meu nada,

Anda muito devagar o tempo

Que a esta guerra-fria dá sustento

 

Entre o teu nada e o meu nada

Esquecemos que fomos uno

De olhos postos no mesmo futuro

 

Entre o teu nada e o meu nada

Há milhões de estrelas caídas

Entre retalhos das nossas vidas

 

Entre o teu nada e o meu nada

E tudo o que os medeia

Morre uma pálida e gasta ideia

 

Entre o teu nada e o meu nada

Desvanece o que fomos

Esfumam-se devagar os sonhos

 

Entre o teu nada e o meu nada                                                        

Já não existe uma estrada

Apenas um rio de água gelada

 

Entre o teu nada e o meu nada

Vivem apenas segredos

Velhos recados, eternos medos

 

Entre o teu tudo e o meu tudo

Com ar de nada

Demos o nosso melhor ao mundo

 

Promessas de tudo, certezas de nada

Setembro 24, 2007

 

 

 

Do nada. Para esta erva verdejante.

Abraçada ao vento,

brinco às escondidas com os raios da lua.

 

 Ao longe ouve-se o ruído

de gente que dispersa, afastando-se

pelas ruas, de gargalhadas ainda sonoras, 

apesar do  cansaço e do adiantado da hora.

 

Restam neste cenário de conto de fadas,

algumas serpentinas e candeias acesas,

e velas já pequeninas, espalhadas pelas mesas.

 

A orquestra ainda toca,

ou será o rio,

que corre devagar,

largo e calmo brilho fugidio?

 

As árvores murmuram, por cima da minha cabeça,

balançam devagar os ramos, sorrindo ao vento,

que as embala neste contentamento.

 

Sinto as gotas de orvalho,

que caem lentamente,

para não apagar o cenário.

 

De novo os violinos, que convidam a dançar,

e um barco que me espera, num doce balançar,

atrevo-me a pisá-lo, a largar amarras,

a fechar os olhos e recordar…

 

outros sons e gargalhadas,

outro rio de gôndolas encantadas,

passeando preguiçosas

casais de innamorati,

promessas de tudo, certezas de nada…

 

Tempo

Setembro 22, 2007

 

 

 

E um dia o tempo pára. Assim do nada, a meio dum dia perfeito,

falta-me o ar, some-se a luz e silenciam-se os ruídos, abrem-se os sentidos, o meu coração pára. Morro por fracções de segundo.

 

E no filme da minha vida, desenrolado sob os meus olhos, neste ponto entre a vida e a morte em que me encontro, vejo a cores alguns abraços e alguns sorrisos. Flores. Vendavais e aconchegos. E sobretudo sinto. Sinto um frio enorme que vem de dentro, que me ataca saltando do filme cinzento. A música tem voz de Elis Regina, as lágrimas sabor a sal. Que filme é este? A minha vida não é só isto! Tem mais sol, mais calor, tem mais sal. Mas passa como as imagens que vejo, sempre a correr. E olhando com mais atenção já vejo, tudo o que deixei de fazer e me queima como cal. E se ficasse assim agora, se esta paragem fosse realmente fatal, que diria eu que fiz da minha vida afinal? Tantos momentos de faz-de-conta, em que se sabe que se finge, mas parece que não faz mal. Plantar árvores, fazer filhos e ler livros são coisas de homens, que eu também já fiz, a minha vida nem por isso faz sentido agora, aqui. Nesta hora em que o tempo pára e mostra um espelho de mim. Afinal os sorrisos não foram tantos, parecem mais os gritos e os desencantos. Afinal as músicas já não as sei, esqueci as letras, as melodias também. Neste filme afinal, parece que de importante vejo tudo o que não fiz, todos os gestos contidos, as palavras silenciadas, os segredos contados ao vento, as lágrimas roladas no pó. Talvez por não saber amar, dar uma e outra vez sem contar, perder sempre e ser capaz de recomeçar, talvez por isso me sinta só, porque amar sem medida conjuga-se com “ser correspondida” mas deste amor tão grande, talvez nunca tenha sido capaz. Não há imagens de tudo o que não vi. Porque haveria disso aqui? Neste filme recheado de sentimentos perdidos, esbatidos e rarefeitos não há lugar para lugares e monumentos. E fica tanto espaço por preencher de gestos e afectos. De pequenos milagres e  ínfimos momentos. Não quero chegar à paragem final, àquela em que tudo deixa de fazer mal, vazia, arrependida de tudo o que não fiz um dia….

 

Carpe diem? Faz tanto sentido agora.... 

 

 

Sofá....

Setembro 20, 2007

Não sei se me apetece...
Já cheira a Outono por aqui, o vento sopra baixinho,
apetecia apenas encostar-me e ficar assim. Gosto
deste sofá, já está habituado a mim. Tem o meu
cheiro e o meu jeito. É perfeito para estar longe do
mundo, basta fechar os olhos e tudo se apaga num
segundo. É o meu sofá. É o meu canto. A minha concha.
Os braços que me embalam e me aquecem, as costas
que me apoiam e nunca desaparecem. É meu. Tem a
minha forma. Somos o complemento um do outro.
Acolhendo-me torna-se útil, acolhendo-me dá-me conforto.
Fazemos parte um do outro.


Há gente assim,
que se agarra a coisas, que mais ninguém entende,
como um velho sofá, onde se enrosca e se estende
.





Há gente assim, que valoriza menos o que vê e mais o que sente.
Há gente assim, que perante um mundo louco, que cerca e aperta
procura um velho sofá onde se enrosca, e fica mais segura de
repente. E há gente assim. Como o meu sofá. Quer passem dias,
passem horas, passem anos, batemos à porta e estão lá. Há gente
assim, que no meio do mundo, que rodopia louca e surdo, abre os 
braços como o meu sofá. Não faz perguntas, não quer respostas
abre os braços e cabemos lá. Como marcos, num caminho,
mas feitos de compreensão e carinho.
Há gente assim. Mas não são muitos. Não são os reis das festas,
não são os reis de tudo. Não se notam no meio do mundo.
São as mãos silenciosas que nos puxam nas subidas. Que nos
evitam as quedas. Os olhos que encontramos quando perscrutamos
estrelas. Os sons do vento que nos toca devagar, que seca lágrimas
e nos dirige o olhar. São os sorrisos em silêncio. As chávenas
de chá de madrugada, as camisolas de lã e as torradas. São os
quilómetros que nos separam em segundos, a certeza do passado,
reafirmada agora, projectada no futuro. Há gente que estará sempre
dentro de nós, por mais que tudo o resto mude, e é assim porque
estar assim é ser completo, e não metade do mesmo objecto.
E depois há gente assim, que vamos encontrando na estrada,
entre a chuva e a trovoada. Gente de sorriso em punho. E de gritos
sentidos e profundos. Que também queremos gritar. Que parece
conhecer-nos. Viver no mesmo lugar. Naquele onde se encontram
vidas e preenchem espaços. Onde se desenham  palavras e
fabricam abraços. E se tenta enganar a dor. Gente igual a nós,
o mesmo molde, noutra cor. A caminhar nas arestas do cubo.
Em per pétua busca de equilíbrio, fazendo dos braços dum sofá
imaginário, o mundo fora do mundo, em que o verbo ser não
é adjectivado. Há sim, há gente assim. Que não tem medo de nada
e morre de medo de tudo, que busca e busca e não encontra nada,
porque não quer senão tudo.
E esse tudo nada é senão um velho e gasto sofá de veludo.

Apenas um abraço

Setembro 19, 2007

Apenas um abraço.
Não quero beijos
Não quero palavras
Nem olhares
Apenas um abraço.
Não quero promessas
Não quero perguntas
Nem contares
Apenas um abraço
Que me traga desses lugares
Apenas um abraço
Sem lágrimas
Sem histórias sentidas
Sem cobrar promessas
Novas ou esquecidas
Quero apenas um abraço
Encostar-me, devagar
E assim adormecer

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