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Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Queria

Outubro 29, 2007

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Queria

Entrar devagar nesse teu mundo

Explorar sem tempo

Descobrir-lhe o fundo

 

Queria

Mergulhar nas letras da tua história

Agitar as mãos

Apagar memórias

 

Queria

Esperança irrisória

Apagar as letras

Rescrever a história…

 

 

Queria,

Se deixasses,

Faria

Se sorrisses

Seria

Se sentisses…

 

Continuo a Acreditar

Outubro 28, 2007

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Já tentei pintar-te

Escrever-te

Desenhar.

 

Já tentei ouvir-te

Gritar-te

Esperar.

 

Já tentei sorrir-te

Envolver-te

Abraçar

 

Já tentei esquecer-te

Apagar-te

Recomeçar

  

Já tentei perder-me. Ainda te quero encontrar.

Já tentei mentir-me. Continuo a acreditar.

 

Farol

Outubro 26, 2007

 

 

 

Entre turbulências, silêncios, enigmas e poemas, há um rasto que me guia, me acompanha e me vigia. Há um laço apertado de nós de atar e de desfazer, de nós de dar e de doer. Há rastos de brilhos que já foram e de restos de mais nada, entre silêncios e trilhos escondidos na madrugada. Há poemas de luz e palavras soltas e amarras fortes, rebentadas pelas ondas.

 

Há sinais de já ter sido, como um barco encalhado, nas areias brancas de um lugar abandonado. Há pétalas que voam, coloridas, arrancadas por mãos poucos ciosas da vida, enchem o céu de reflexos e mergulham no mar, apenas por um instante, rara beleza

de pasmar. Como o fogo de artificio em noites sem luar. Há turbulências ligeiras, que abanam, que não se sentem chegar. Há grandes abalos que chegam sem avisar destroem o que conhecemos, nos obrigam a duvidar.

 

Há momentos de doçura entre versos, entre paixão ou loucura, há sinais de vida em cada lágrima que rasga mas cura. Nos laços dos laços dos nós que amarramos há pedaços de tudo o que temos e damos. Há pedaços de folhas agarradas aos ramos depois de passar o vento, a tempestade e os enganos. Há sorrisos pequenos, tímidos, hesitantes, daqueles que, de tão raros, nos fazem sentir grandes.

 

Há horas com dias que parecem não terminar, tempo que não escorre ao invés de acabar. Há tantas incertezas e medos e tanto por perceber entre silêncios e poemas e palavras por dizer, entre pequenos segredos mentiras completas, laços de nós e nós de poetas. Há tanto querer no sinal dum sorriso, há tanto dizer “não sei, mas preciso”, há tanto silêncio, embalado a soluço.

 

Entre enigmas, mentiras, rasteiras e dilemas, tenho-te presente como um farol, que não procuro mas vejo, e me guia assim, à distância de um beijo que dança em mim.

 

Porque me disseste um dia: "sozinha aprendes mal"

FUNÂMBULO

Outubro 24, 2007

 

 

É assim...entre outras coisas apanhamos as expressões que ouvimos diáriamente e incluimo-las no nosso vocabulário e quando damos por isso estamos a escrever um texto que começa por ...”é assim”. Mas, de facto, é assim. Viver é caminhar sobre uma corda bamba, procurando o equilibrio a cada instante.

 

Começamos por dar passos. Pequenos e hesitantes. Vamos, a pouco e pouco, ganhando confiança. Em nós e nos outros. E assim vamos

progredindo, ou pensando que sim, e ao dar o próximo passo por pouco não caímos.

 

(Porque achávamos que que sabíamos onde pôr os pés e nos descuidamos do nosso objectivo principal. Atravessar a corda, sem saber sequer o que nos espera do outro lado, e sem grandes pressas de lá chegar.)

 

Ironia do destino. Precisamente quando achamos que sabemos o que estamos a fazer, que traçámos um destino e nada nos vai demover, a corda abana, faz-nos tremer, perdemos o ritmo, o sentido do nosso destino, o mundo abre a boca e prepara-se para nos comer.

 

Lá tentamos continuar. Entre os apupos e os apalusos. Entre os dias negros e os dias de sal, entre os dias que nunca mais acabam e os que nem deviam começar. Entre tudo o que queremos, nos pedem, desejamos, esquecemos, ouvimos, omitimos e, lentamente, a passos curtos e hesitantes, por vezes conseguimos.

 

(Entre os que nos gritam palavras de apoio e os que ficam calados, apenas à espera de nos ver cair ao chão e por lá ficar.  Acontece, que, é lá que eles estão. Engraçado. Se a vida é um longo passeio de corda bamba, que fazem eles no chão? Ah, pois é! São os que já caíram.)

 

Palhaços da vida, trapezistas, equilibristas, vendedores de ilusões e sensações a um mundo de gente caída. Apesar de tudo, ainda no ar. Apesar de todos, ainda a caminhar.

 

Apesar da vida, e da corda que ela manobra sabiamente para nos fazer vacilar. Apesar de por vezes, se viver com pesar.

 

Gosto de viver na corda bamba

A ritmo de jazz de blues e de samba

A desejo de ternura e de beijos

A cores de mágoas e desenganos

A luz de palavras, amargas e sábias

Ao sabor dos sentidos, dos amigos

Ao calor da chuva ao cheiro do vento

Entre segredos e portentos

 

Gosto de viver na corda bamba

Das arrelias, das tropelias,

Das mágoas que se curam em abraços

Das pequenas pausas entre passos

Dos sorrisos carregados de magia.

Das lutas e das vitórias

Das palavras carregadas de memórias

Entre as estórias e a história.

 

Gosto de viver na corda bamba

E se esta vida é um circo

Entre trapézio e trampolim,

Entre palhaços e leões

Entre o arranhar e rugir das feras

Entre os intervalos e as esperas

Entre o domador e o ilusionsita,

que entra sem pressas nas pista,

que enche a vida de brilho,

entre saxofones e violinos

Que faz com que tudo aconteça

Escolho ser funâmbulo,

Obrigar a levantar cabeças

Ainda que vacile e tropece

Ainda que hesite e recomece

Não troco por um segundo

Um caminho periclitante,

Por um marasmo seguro. 

 _______________________________________ 

_______________________________________

Um funâmbulo é um sonhador
sabe sempre que pode cair
veste-se de luz e de cor
afasta o receio, mas caminha a sorrir
tem sempre mais e mais a descobrir

No alto sente apenas a magia
Aprecia a imensidão das alturas
Vive a vida como se fosse o último dia
esquece todas, todas as amarguras
esquece até as quedas mais duras

Equilibrista de tempestades
caminhante de espaços sonhados
finge que falha e sem vaidades
quando falha esquece os entraves
e volta ao ritmo em passos dançados

Acrobatas, Malabaristas
Equlibristas, Palhaços
Domadores, Trapezistas
Na vida Ilusionistas
de quimeras e cansaços

Não troco por um segundo
uma vida sem surpresas
mesmo no declive profundo
nas ruínas do meu mundo
prefiro sempre as incertezas

Ki, nos Ronrons...


 

Ao sabor...de ti!

Outubro 22, 2007

 

 

 

Ao sabor dos teus desejos

Ao sabor do tempo, dos teus ensejos

Ao sabor de ti, da canela, do poejo

Ao sabor dos sabores deste campo

dos teus beijos, dos teus jogos lentos

Ao sabor da tua voz e dos teus talentos

Ao sabor de mil sabores

em que me envolves e desejas

Ao sabor dos aromas

e dos gestos que me almejas

Sou arco e flechas

Grito rouco e gemido

Ao sabor do sabor

Do que fazes comigo...

 

      

 

Sonho-Te

Outubro 19, 2007

Quero

envolver-me nesse abraço

Adormecer devagar,

esquecer o cansaço

Quero encontrar o teu sorriso,

enroscar-me em ti,  abrigo

Quero apenas que existas,

que me queiras, que me sintas,

Quero apenas encontrar-te

A ti

que sonho, que visito,

que conheço e absorvo,

que adivinho e que sinto,

e desejo...de novo

encontrar-te

aninhado

no espaço do meu sorriso

adormecido

no silêncio do meu abraço.

Sou feita de tudo o que fui

Outubro 17, 2007

 

Quantas vezes fechei os olhos para não me veres sorrir,

quantas outras para não me veres chorar, porque ver-me

os olhos é ver-me por dentro e não te quero por lá a

espreitar. Sou feita de tudo o que fui, tudo o que vi e

tudo o que dei, sou feita tanto de ti como de todos

que amei. Das batalhas que perdi, das guerras que ganhei,

dos sonhos que procuro em ti, de todos os que realizei.

Das horas paradas no tempo que vejo passar devagar,

dos silêncios, dos medos, das palavras que não escrevi

e não disse e dos gestos que nunca invejei. Sou feita da

vida que passa, da que vivi, da que partilhei. Sou feita

das vidas de mil vidas que passam por quem passa e que

deixam rastos em mim, sou  feita de mil pedaços, de dores

de gritos e de abraços sou feita de mistério e magia, feita

de luzes e de noite sombria, sou feita de ti, de pedaços

do mundo, de viagens que esqueço, dos nós, que desfiz,

sou feita de bruma, de pestanas escuras, que me escondem de ti….

 

Entre...segredos!

Outubro 13, 2007

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Entre os altos e baixos deste carrocel

Procuro e encontro o teu sorriso,

Encontro calor e algumas certezas

E de nada mais preciso

 

Entre as idas e vindas e os porquês

Encontro surpresas em tudo o que és

Procuro momentos encontro trilhos

Mapa disperso dos nosso destinos

 

Entre os dias e as noites e o tempo

E tudo que levamos dentro,

Procuro um ponto de equilibrio

Encontro suporte e sustento

 

Entre dúvidas e  desencontros

Desejo de palavras e de abraços

Entre tudo o que não te vou dizer

Estreitam-se devagar os laços...

 

Entre o que gostaria de ouvir

E tudo o que me dirias,

Existe o vazio do medo

Um futuro de incertas alegrias

 

Entre os passos que me recusas

E as vezes que me surpreendes,

Existem talvez segredos

Enterrados nas tuas paredes

 

Entre as vezes que te quero

E todas as que não te percebo

Apetece-me mais o abraço

Quero mais ser aconchego.

 

Entre tudo o que podia ser

E tudo o que não sabemos

Gosto do sabor deste jogo

Cujas regras são segredos.

Casamento Árabe (continuação e fim)

Outubro 12, 2007

As tendas perfilavam-se ao longe quando acordou, ao som da voz da sua “criada”. Palmeiras imensas e luzes de prata, uma orquestra que ensaiava, desafinada.

A tenda principal, fracamente iluminada, sons de pratos e cristais e de gente que trabalha apressada. Foi levada à sua tenda, para se poder refrescar e preparar para a cerimónia. Lembrou-se vagamente de histórias de adolescentes, em que o príncipe árabe encantado as levava para a vida que agora se lhe deparava. Tratou de tirar a roupa amarrotada, tomar um banho, aprontar-se para não chegar atrasada. Devia juntar-se à cerimónia das mulheres, e se bem que não sabendo o que era, não queria fazer nada que a deixasse envergonhada.

 

Entre frases perdidas e algumas gargalhadas, entre pratos de iguarias que lhe eram apresentadas, não teve nunca a possibilidade de trocar palavras com Isabella. E abriram-se as portas para a cerimónia, num misto de tradições antigas e aceitação de outras novas e, tomaram os seu lugares os noivos, o padrinho, de árabe vestido, e ela. E no momento preciso em que levantou os olhos, em que lhe viu o rosto, o seu coração disparou e perdeu o fôlego, se não estivesse sentada cairia de certeza, ao ver de novo aquele olhar, aquele rosto e ouvir um doce e calmo “boa noite princesa”…

 

Mas já outras vozes apagavam aquela e entre gestos e sorrisos decorria a cerimónia e, envolta em nuvens de espesso desamparo cumpriu a sua missão, sem saber nem como nem quando. Sem se lembrar, sem sentir, sem ver mais nada, que uns olhos cinzentos, abertamente a fitá-la. Consciente sem o querer que, depois de tantos meses, não mudara nada.

 

Passaram as horas, passaram as danças, os rituais. Passaram muitos pratos e muitas bebidas, passaram tormentos, e olhos atentos agarrados aos dela. E sem mais demora, procurou a noiva e despediu-se dela. Sem uma palavra, sem uma pergunta, desejou-lhe felicidades, como se deseja só às irmãs que a vida traga sempre muita, e com espanto ouviu-a segredar-lhe ao ouvido, “tenho uma surpresa para ti, vai para a tenda e espera por mim.” Era a noite de núpcias dela, mas se sabia ter certeza de algo, era que nunca podia ter certezas com ela.

 

E ao entrar na tenda, agora bem iluminada, encontrou um batalhão de gente, roupas óleos, sedas e água perfumada. E mãos que a despiram, a lavaram, lhe entrançaram sabiamente o cabelo, a perfumaram….a tenda ficou vazia de gente e de vozes, iluminada parcamente por candeias e velas e de repente o cansaço enorme e o peso deste reencontro, pareceram mais leves, as lágrimas mais longe e, num espelho colocado à cabeceira da cama, viu a sua imagem reflectida….princesa das mil e uma noites, com que sempre sonhara…puxou um tapete para a rua e deitou-se no chão a contar estrelas…


Continua no Speed

Casamento Árabe (continuação)

Outubro 11, 2007

Mas não tinha insistido muito. Pelos vistos não o suficiente. Talvez quisesse saber. Talvez no fundo ansiasse por notícias, por saber coisas que nunca iria perguntar. Talvez no fundo tivesse saudades, e deixá-la estar perto fosse a forma de também estar. Mas casar? E convidá-la para madrinha, sabendo que tinha jurado nunca mais pisar Casablanca, nunca mais se aproximar de Tânger. Casar no dia em que ela mesma partira, que ironia. Tentou esquivar-se como soube mas no fundo também sabia que ela não iria querer mais ninguém naquele lugar, naquele dia.

 

E finalmente chegou. Lembra-se do ar, quente que quase a impedia de respirar, da luz que a cegava e de não querer fechar os olhos, de não querer deixar de olhar. Tinha saudades daquela cidade. Dos cheiros, dos barulhos. Das cores das tendas, do souk, dos miúdos que lhe corriam atrás e a lhe chamavam “princesa”. Saudades das ruas estreitas, das lojas para turistas na frente, para os “amigos” nas traseiras. Saudades da força, apesar do sofrimento, de um povo que nada tem e vive como dono do mundo. Das crianças sorridentes, que acreditam ter um lugar e poder fazer a diferença neste mundo.

 

Passou a semana seguinte envolta em brumas. Entre escolhas de vestidos, de pulseiras, entre véus e ensinamentos da cerimónia à “estrangeira”. As poucas palavras aprendidas no deserto de nada lhe serviam. As vozes eram outras, as entoações diferentes e do que ouvia pouco ou nada percebia. Foi levada de loja em loja, de costureiro em costureiro.

Cada bairro a sua especialidade e como tal, para cada desejo uma parte da cidade. Aqui ninguém percebia nada de madrinhas, mas era desejo da noiva e não devia ser contrariada. Ser escolhida por um sultão, é honra rara ou nunca vista, sendo filha da Europa, branca e cristã. Nunca seria contestada, depois de tal façanha, ainda que por isso mesmo pudesse nunca ser amada.

 

Nunca fez a pergunta, sacudiu a cabeça de cada vez que o pensamento lhe acudiu e, entre véus, grinaldas cheiros e cores, chegou a noite da razão da sua vinda. As viagens pelas estradas de Marrocos são longas e cansativas e, ainda que de limousine, ainda que sabendo de antemão o que a esperava, não conseguiu resistir ao calor, às emoções mal digeridas e à longa e entediante viagem com uma companheira eternamente calada. Era a sua acompanhante. Devia ajudá-la e cuidar que não lhe faltasse nada. Não sabia uma palavra de outra língua que não a sua e, na verdade, agradava-lhe sentir-se ignorada. Embalada pelos altos e baixos da estrada, adormeceu, cansada.

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