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Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Certeza de nada

Outubro 09, 2007

 

 

Queria gritar que te amo, que te quero,que a cada segundo que passa é por ti que espero. Queria poder dizer-te que és tu, quem quero ver quando ouço passos lá fora, que és tu quem tanto desejo e que a tua ausência me devora. Mas fico calada, muda, de olhos pregados ao chão e mãos sossegadas. Não te olho nem te digo nada. Porque sem certezas prefiro ficar calada,

 

porque te desejo e me fazes falta e outras vezes me invades as madrugadas invades o meu espaço e o meu tempo e apenas te vejo como um tormento. Por isso fico calada. Me fecho e te afasto. Porque de que vale gastar as palavras, se são letras apenas, vazias de sentimentos e de certezas. De que vale afirmar o que não sinto, como uma verdade que te agrada, se no fundo de mim não tenho certeza de nada...

Casamento Árabe

Outubro 08, 2007

Fechou a porta e sentou-se, encostada a ela, como se tivesse acabado de cair dum sonho e aterrado na sua vida de novo. Puxou a mala, e procurou as fotografias. Algo que lhe dissesse que não tinha sonhado. Algo que lhe permitisse acreditar. Que lhe tirasse a sensação de sonho e de cabeça a voar e a devolvesse à realidade. Tinha que as ver. Tinha que ser. Ele não podia lá estar. Do envelope colorido, com letras que não sabia decifrar tirou as imagens estagnadas, fixas, impressas em papel. E entre as corres garridas dos vestidos, entre as flores e as luzes da sala, encontrou aquele olhar.

 

Tinha recebido a notícia como quem cai e se levanta e só quando sente a dor percebe o que lhe aconteceu. Aturdida. Completamente. Como era possível? Eram da mesma idade. Sempre tinham vivido juntas, se bem que em casas separadas, sempre tinham sido amigas, irmãs, cúmplices de brincadeiras e confidentes de muitas novelas. Não podia ser. Já era difícil não contar com o seu abraço, com o sorriso, já era difícil só lhe ouvir a voz de quando em quando, e tudo isso enquanto pensava que ela ia voltar. Casar? Em África? Sempre tinham imaginado histórias de príncipes, princesas e haréns, tendas em plenos deserto, nómadas a cavalo, apaixonados por elas. Pelas duas. Nunca por uma só.

 

Não a devia ter deixado ir.  Devia ter-lhe contado da rudeza dos montes, das noites frias mais frias que os nossos Invernos, da luta constante contra algo que não se percebe, das caras que nos fitam, de olhos abertos, como se fossemos toda a esperança daquela vida inocente. Não a devia ter deixado ir. Conhecia de cor o desconforto, os rios de lágrimas que a Terra engole sem esforço, como tudo desaparece debaixo daquele sol abrasador. Mesmo tendo ido a primeira, ou por isso mesmo, não a devia ter deixado ir. Pelo menos nunca sozinha. Sabia bem demais que perante tanta dor, nascem sentimentos confusos, se procuram abraços onde afogar a impotência e se perdem alguns rumos. Sabia muito bem como era fácil confundir solidariedade e apoio, com carinho…e amor.

...continua.

                                                                   

Outono

Outubro 07, 2007

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As chuvas lavam as cores

das passadeiras bordadas,

em tardes de compasso lento,

pelas árvores desfolhadas.

Os bosques escondem surpresas,

entre arbustos e arvoredo,

as noites chegam mais cedo,

buscando calor e aconchego.

Cai a bruma como lágrimas,

e cheira a terra molhada,

a noite conta segredos

de relâmpagos e trovoada.

A vida enrosca-se, devagar

entre lareira e almofada.

 

E nas noites já longas, nas horas pasmadas,

Entre letras perdidas e frases caladas

Entre um sonho vazio e promessas de nada

Apenas quero, adormecer abraçada.

 

 

 

Quer(end)o

Outubro 06, 2007

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
               

               Não quero este vento que sopra

               Que me aquece, que me acorda

               Não quero sentir saudades

               De quem não quer estar

               Não queria sentir saudades

               De encontrar o teu olhar

               Não quero querer-te querendo

               Não quero perder-te

               Não te tendo

 

               E da alma nasce devagar uma sombra

               surda que ocupa todo o lugar,

               que se espraia pelos olhos e pelo sol

               e destapa janelas, cobertas de sal.  

                 

               Não quero saber que não queres

               Não sei se quero que queiras

               Não te quero tão perto assim

               Mas quero-te à minha beira

               Não sei se este querer é certo

               Ou se há outra maneira,

               Não te tendo disserto,

               Tendo, em vista este fim

               Que é sentir-te perto

               

               E sopra o vento pela casa, varre o

               silêncio, levanta as lágrimas faz do
               coração tábua rasa e segue voraz,
               tempo que passa, sem olhar para trás.  
 
                  Neste espaço imperfeito

               Entre o querer e o certo

               Faço de ti palavras

               Para te ter mais perto

 

Saudade & Encanto

Outubro 03, 2007

         

          No espaço de tempo que me rodeia

          encontro o teu abraço em silêncio,

          Perco-me no tempo dum sorriso,

          Entre o amargo e o intenso,

          Saboreio devagar cada recanto,

          cada memória, cada acordar hesitante

          Sem ti não haveria história,

          sem saudade não haveria encanto.

 

Thunderstorm

Outubro 02, 2007

Apetece-me dar um salto e andar aos pinotes no ar e depois saltar de nuvem em nuvem e de vez em quando mergulhar, dar murros e pontapés a esta vida que me chateia e mandar lá de cima para todos chuva de pedras e dores pequeninas, que se espetam devagar, e ficam ali escondidinhas, mas tão espertas as malvadas que atacam devagarinho, de cada vez que respiram, e em vez de palavras ouvem-se grandes suspiros pelas ruas das cidades, dentro e fora dos abrigos, abrem-se as mãos fechadas, tiram-se os olhos dos umbigos, procuram ver-se as caras e os olhos por detrás dos óculos escondidos. Procuram-se mãos, que seguram as nossas, abraços fortes, palmadinhas nas costas....procuram-se amigos. AMIGOS?! Ah...amigos, daqueles que sabem puxar-nos para tràs, para evitar o perigo, que sabem gritar o nosso nome bem alto ao ouvido, para nos lembrarmos quem somos e nos acendem a luz para vermos o caminho. Amigos que dos punhos façam mãos abertas e nos dêm equilibrio...amigos....Agora? agora há tempo para procurar olhares? Quando a alma dói constantemente há tempo para olhar à volta?

E que se espera tirando os olhos do umbigo? Mãos e braços em jeito de abrigo e palavras doces sussurradas ao ouvido? Onde está a semente? Aquela que guardámos ciosamente fechada na mão não, fosse ela germinar ao tocar no chão....e precisar de cuidado e atenção.

 

Apetece-me deixar cair estas pedras, devagar como quem deixa cair beijos, pesadas e lentas, que atravessem o ar e batam no corpo, furem a pele e atinjam a alma....Apetece-me. Ver o dia chorar, o mundo gemer e ficar sentada a ver!

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