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Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

GOSTO DE TI

Janeiro 31, 2008

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Hoje apetece-me um sorriso
Como a princesa das histórias
Adormecer no calor impreciso
Um abraço que sabe a memórias

Acordar entre o teu cheiro

E o sabor do teu carinho

Deixar-te com um beijo

Retomar a vida, em desatino

 

Fazer das horas lenta promessa

De um regresso ao teu lado

Fazer do caminho sem pressa

Prazer de um regresso esperado

 

Hoje apetece-me assim

Dizer-te que te quero tanto

Que fiz dos teus olhos destino

Entre alegria, emoção e espanto

 

Ainda que passem e diluam sentires

As horas longas de tempos a vir

Estarás ao meu lado, estarei contigo

Em momentos que soubemos construir.

 

Hoje

apetece-me assim

dizer que

gosto

de

ti.

 

 

ruInas

Janeiro 29, 2008

 

 

Ruíram os muros, deixando ver carcaças de edifícios esventrados. Alamedas que já tinham sido, bordadas de esqueletos de árvores petrificadas. Por todo o lado destruição. Casas feitas apenas de fachadas, paredes carcomidas e janelas a custo imaginadas. Cinzas pesadas e escuras cobrem tudo o que a vista alcança, aqui e ali vestígios de partes de um brinquedo de criança.

 

Nesta terra de ninguém feita de fuligem e pedra, a hera deixou de se agarrar às paredes para se fundir nela, a luz deixou de ter brilho, paira levemente baça, e apenas se sente no ar ausência e vazio, como uma espada que nos trespassa. Não há sons, a vida partiu para outras paragens, o que dela restava, farrapos envoltos em fantasmas. Resta no meio do outrora parque, brilhante e singela, uma flor, insultantemente bela!

 

 

 

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Estranha forma de Amar

Janeiro 27, 2008

 

 

 

O amor e a vida tinham ficado na casa velha. Amontoava coisas na casa nova. Hoje a máquina de lavar, amanhã o aspirador. Não havia molduras nem fotografias. Nem quadros nas paredes. No escritório um semblante de vida, entre papéis e computador.

 

A cama continuava desfeita apenas de um lado, e era o de sempre. Não tocava no dela. Para jantar havia sempre companhia. Um amigo, algum colega. Para dormir, era preciso que o cansaço o vencesse e a cama lhe soubesse melhor que outra sorte.

 

Não a encontrava naquele espaço, mas de certa forma ela não se ia

embora. Nada que fosse dela tinha vindo para ali, mas o cheio dela

parecia pairar no ar, à porta. Quem sabe à espera de um convite para entrar….

 

Sacudia os ombros ao rodar a chave, e deixava o cheiro na rua, pondo mãos à obra, numa vida que agora era só sua. Reencontrou o tempo de ler. O tempo de ouvir. Redescobriu um prazer antigo, que lhe permitiu renascer.

 

Fez da vida que tinha uma página conhecida, a não reler.

 

Ela ficou na casa antiga, povoada de memórias e fantasmas. Encontrando a cada passo o cheiro de alguém que amava. Numa estatueta uma ilha, num quadro um olhar, num livro esquecido, ou deixado ao acaso, um história de vida a lamentar.

 

Fez do mau tempo companheiro, da melancolia aliada, fechou portas e janelas e manteve a luz apagada. Apenas saia à tardinha, sempre bem apresentada, subias as escadas e ficava ali, à porta, a sonhar que um dia também entrava.

 

Via-o chegar todos os dias, de mão na boca, para se manter calada, não fosse ele algum dia, trazer namorada. Não tinha horas, por vezes a espera era longa. Mas nunca desistiu de o ver chegar. E só saia depois da última luz da casa se apagar.

 

E retomava o ritual, a cada dia, a cada semana, fazendo uso na casa que tinha apenas da cama, onde todas as noites procurava um abraço conhecido, e apenas lençóis e vazio encontrava. Embrenhou-se numa vida que já fora. E deixou de viver.

 

Fez, da vida que tivera um dia, a única digna de se viver….

                                                        

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Leitor de brincadeiras

Janeiro 24, 2008

 

 

pup tired

 

 

 

Chegaram ao mesmo tempo. Eles na brincadeira, com o cão e as bolas, ele com um livro debaixo do braço. Àquela hora o sol ainda fazia franzir os olhos, ele procurou um banco abrigado, eles um pedaço de relva à sombra.

 

Deixaram as mochilas encostadas a uma árvore, tiraram a trela ao cão. Ele de livro entreaberto nas mãos, hesitava entre contemplar o singelo espectáculo ou embrenhar-se na leitura. Ficou assim, sentado, o livro preso entre os dedos, absorto na contemplação das brincadeiras da criança com a mãe e o cão.

 

Cansada de saltos e correrias, a mãe sentou-se, de costas para ele, encostada a um tronco rugoso. As pernas dobradas entre os braços, parecia observar atentamente as palhaçadas. O pequeno aproximou-se, o cão sempre no encalço.

 

- Boa tarde, minha senhora.

- Boa tarde menino. Precisas de alguma coisa?

- Sim, por acaso até preciso. Sabe dizer-me se podemos nadar no lago?

- Nadar no lago? Não me parece. Mas porquê?

- Queria que o meu cão se refrescasse, e também, molhar os pés.

 

Ele sorria, perante a seriedade do diálogo, entre um pequeno de cinco ou seis anos, muito compenetrado, escondendo o ar de reguila com modos afectados.

 

- Nadar no lago não podes. Mas tens um camaroeiro?

- Não…. Disse o pequeno desapontado

- E tens dinheiro?

- Tenho uma moeda. Porquê?

- Porque se a tua moeda me agradar, vendo-te um camaroeiro e ensino-te a pescar.

- No lago?

- Não, no riacho. Do outro lado da ponte.

 

O miúdo olhou para a ponte de madeira. Do lado de lá brilhava um risco de água fresca, que alimentava o lago do lado de cá. Tirou prontamente a moeda do bolso, resistindo às investidas do cão que pensava sem dúvida tratar-se de qualquer guloseima.

 

- Só tenho esta moeda. Se calhar não chega….

- Essa? Claro que chega, e ainda te dou troco.

 

Tirou da mochila um camaroeiro pequeno e devolveu a moeda ao rapazito.

 

- Agora vou ensinar-te como se faz. Primeiro, descalçam-se os sapatos e as meias.

- Vamos pescar descalços?

- Claro! E de calças arregaçadas! Que diria a tua mãe se chegasses  a casa

com os sapatos encharcados e as calças todas molhadas?!

- Pois… sorriu

 

Descalçaram-se, arrumaram os sapatos e de mãos dadas, seguiram para o riacho. E ele deixou de os ouvir. Ela mostrou-lhe como se apanhavam girinos, e se guardavam num saco, ele tentava em vão que o cão não lhe afugentasse as presas. Com alguma ajuda, encontrou o truque perfeito. Atirar um pão ao cão, que enquanto ia e vinha, o deixava pescar em paz. Depois de ensinada a lição, ela saiu da água e veio na sua direcção.

 

- Já leu o livro todo, ou o livro não presta? Ou somos nós que o desconcentramos?

 

Isto perguntado assim de uma tirada, enquanto devagar desenrolava as calças. Ele soltou uma gargalhada.

 

- Não, por acaso não li. Mas tenciono acabá-lo.

- A este ritmo vai demorar vida e meia!

- Costumo ler mais depressa, quando não aparece quem me distraia.

- Um bom livro absorve-nos, como a terra bebe a água. Não há nada que nos tire de lá.

- Talvez por isso o tenha mantido fechado…

 

- Mãe! O Max comeu a minha pescaria e molhou-me todo!

- Realmente! Estão os dois muito engraçados. Anda, calça os sapatos,

e vamos para casa tomar banho.

 

Entre protestos e salpicos o petiz e o cão lá se prepararam.

 

- Já? Perguntou ele algo desapontado.

- Já, o dever chama. Até amanhã, leitor de brincadeiras.

 

 

 

Deixe o livro em casa e traga umas calças velhas!

 

E desapareceram, de mãos dadas, a cantar uma canção qualquer, de tubarões e baleias.

 

Ele fechou o livro e ficou sentado. A olhar para o riacho, que mansamente entra no lago.

 

 

 

Bob_Sinclair_-_Lov...

Fui multada!

Janeiro 22, 2008

 

De KI a 21 de Janeiro de 2008 às 14:49

Uma vez q foi desrespeitado o 2º mandamento dos 10 mandamentos da Blogoesfera, assinado em co-autoria com Vossa Excelência em www.catacumbas.blogs.sapo.pt, e passo a transcrever:

“2º - Não prantarás selos, imagens que pisquem, prémios fúteis ou contadores sabotados.”

Venho por este meio informar da multa que decidi inflingir-lhe com deadline até amanhã às 24 horas, sob pena da mesma vir a ser agravada.
Assim, deverá responder a três simples questões com a máxima sinceridade e objectivade, vejamos:

1) Descreva a pessoa do sexo masculino adulta em quem mais tem pensado desde o início do ano.

 

 

Dedos esguios, que se enleiam no meu cabelo, passeando pela testa com cuidado, passam pelos olhos e os fecham, e deixam no nariz um beijo pendurado. E uma voz profunda, que sussurra ao meu ouvido, enquanto os nossos corpos se encaixam na distância, um beijo de boa noite terno e sentido. Mãos que me enlaçam e aquecem, e que soltam no ar, notas de melodias que começam, quando não o sinto chegar….

 

 

2) Em dez linhas explique a situação mais embaraçosa por que passou nos últimos dez anos.

 

 

Situações embaraçosas...

 

Uma delas foi ter de explicar sem qualquer tipo de preparação prévia a um perguntador baixinho e a uma plateia de cerca de  40 criancinhas e respectivos papás, que as sementinhas de onde nascem os manos não se tomam, assim, simplesmente com um copo de água…..e já está… 

 

- então e como é que nascem os manos?

- isso tens que perguntar à mamã e ao papá

- posso ir ter contigo?

(Aproxima-se e diz-me ao ouvido)

- Preciso muito que me digas para lhes ensinar… 

 

Note-se que pagar multas por aceitar prémios também não será vulgar….

 


3) Em verso, conte aos seus atentos leitores a fantasia mais secreta que tem, e sim fantasia a nível Speed.

 

Aqui a coisa complica-se….se é a nível Speed….é lá que vai estar!

Prezada Gata, acalentando que as normas não voltem a ser desrespeitadas, subscrevo-me atentamente desejando-lhe umas próximas 24 horas magníficas e verdadeiramente criativas.

Nota: Este comentário deve ser colocado no post em que Vossa Excelência fizer cumprimento das suas palavras e passo a citar:
"... pago qqr multa de muito bom grado!"

Com os melhores cumprimentos e desejando larguras de horizontes

Ki a.k.a. não sabes com quem te meteste : )


 

 

Cara Ki, Faraó, Gata de vez em quando e policia de ocasião

 

Agora que acabei de relevar desafios, pagar multas e afins, tenho a dizer-te que

 

Eu também gosto muito de ti!

 

 

 

 

 

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You guess....

Janeiro 21, 2008

 

This could be love

This could be something else

This could be nothing

Just emptiness

But if it was love

Right then, right there

Why isn’t it love anymore?

 

 

Porque se soubermos guardar os momentos preciosos, entre sorrisos e leves beijos e não deixarmos que a vida os desfaça entre perguntas e esperanças vãs, teremos sempre amor guardado em memória que foi e é, e nunca deixará de ser.

 

Se deixarmos que um abraço longínquo que nos fazem chegar, seja também uma forma de amar, se nos deitarmos em braços que nos embalam a muitos quilómetros de distância e se deixarmos que assim se conjugue o verbo amar, se soubermos que o tempo manda mais do que nós, e que tudo nos leva, e nem sempre volta atrás…

 

Guardar recordações preciosas de amor é um acto de amor em si, porque naquele segundo, naquele dia, naquela hora, foi amor o que vivi. E isso o tempo não leva, a vida não estraga. Porque o que está gravado em mim, nenhum vento apaga… Ainda que não mais veja os olhos que me sorriram, as mãos que me enlaçaram e os pés que na pista me dirigiram…

 

E guardo assim, desta música, um trecho muito curto sempre em memória. Do filme, a imagem dum lago ao pôr-do-sol. Da época, a descoberta de um outro significado para a palavra ”dirty“ e a sensação de ter crescido       de repente.  

 

 

 

 Bem....se calhar vale a pena dizer que esta é a resposta ao desafio da Xô Dª Xaltitona, AKA Gata Ki, AKA Não sabes com quem te meteste......valerá??

 

***********************************

Guess…

MIX

Janeiro 21, 2008

 

  

Dez títulos num texto só…..fará sentido?

 

 

Retirava do fundo das gavetas pilhas de manuscritos amarelados.

Alguns conjuntos de folhas presos por linhas coloridas, eram abertos e seleccionados rapidamente, enquanto ao fundo da sala se ouvia a eterna melodia de uma canção que muito marcara parte da sua via, “World”, as palavras nem se percebiam, mas nem era preciso. Apenas uma frase era importante “Be carefull what you wish for” .

Vivia já em tempo secreto feito de sonhos e de ilusões, em que transformava histórias como Gitano, Noche de San Juan e Ultima noite em Sevilla, parte da sua própria, esquecendo que apenas as tinha contado, um dia.

 

Tinha perdido toda a noção de tempo e realidade, toda a noção de ser, no dia em que tinha simplesmente decretado: " -Não vou permitir que traces o meu destino, que apenas vejas flocos de neve em mim, desaparecendo ao som de sunrise, enquanto eu vivo e respiro por ti. Prefiro viver sozinha e nunca mais saber de ti! " Tinha perdido o amor duma vida, que talvez nunca tivesse tido, e vivia, fechada neste sótão, entre escritos velhos e espreitadelas para o jardim e, curiosamente, na ausência de tempo e de gente, afastada de tudo o que sempre teve porque quis, era feliz…

 

 

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Xô Dona Xaltitona….Sem prazos, mas cumprido.....                                     

 

 

***

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Há pessoas, que, por mais tempo que passe, mais vida que se afaste, por mais que tudo aconteça, simplesmente fazem parte.

Há pessoas, pessoas assim que ainda que o mundo desabe, o mar se enrole e tudo se acabe, ainda farão parte e nunca desistirão de nós.

E, receber da mão dessas pessoas, distinções como esta….é algo que não se agradece com palavras, algo que se espera quem está do outro lado compreenda, algo que me deixa assim….sorridente e atrapalhada.

Obrigada V.A.D.

 

 

 

۩۩

 

 

DANIELA 

 

Mais uma vez fico sem saber como agradecer o prémio.

Mais uma vez gostaria de vos poder retribuir, ou pelo menos agradecer, de outra forma.  Hei-de arranjar maneira de….

 

   .

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     Vou fugir às regras (para variar) e dar este prémio a …….

 

Pretérito Imperfeito

Ponto

 

 

É só.

Escusam de procurar mais.

Apenas a estes, e por várias razões. Porque são jovens, porque escrevem sem pretensões muito melhor que muitos de nós, porque fazem prova de uma maturidade de certa forma arrepiante e porque me apetece!

 

(meninos, as regras, que seguirão se quiserem, estão aqui)

 

 

 

Ana

Janeiro 16, 2008

 

 

 

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Na verdade não se chamava Ana. Apeteceu-lhe chamar-se assim. Nem tinha trinta anos, nem andava perto sequer. Tinha acabado de fazer dezoito e apetecia-lhe brincar. Não era alta nem morena, nem tinha sardas, nem nada que a fizesse notar. Não tinha namorado. Eram infantis e parvos. Eram miúdos e ela uma adulta num corpo que não a queria acompanhar. Mas agora já tinha carta. As coisas haviam de mudar. Podia sair sozinha. E tinha que ir àquele bar.

 

O carro era quase novo. Foram muitas as recomendações. Vê a que horas voltas. Cuidado com os rapazes! (Se eles soubessem! Rapazes quando o bar estava cheio de homens!) Não bebas. No máximo uma cerveja. Se precisares telefona, que te vamos buscar. Afinal tinha carta, não tinha? Se tinha carta sabia conduzir. Que mania de andar sempre a chatear, a recomendar, a dar sermão. Ela era adulta, o seu corpo é que não!

 

Ana, porque é assim que lhe apetece chamar-se, não tinha pressa. Levou as amigas a casa. Despediu-se devagar. Amanhã a gente conversa…

Saiu do carro, de saltos tão altos que quase não podia andar. Olhos e lábios maquilhados, e um brilho diferente no olhar. Hesitou um segundo à porta, mas afinal se tinha vindo era para entrar. Sentou-se numa mesa baixa, a um canto. Pediu o que queria, perguntou se podia fumar.

 

Foram passando alguns pela mesa, mas só um se veio sentar. Saíram de braço dado, a Ana sempre a tropeçar. As ondas do mar traziam cheiro de sonhos e de mistérios por desvendar. E a noite fez-se madrugada.

 

Estacionou o carro na garagem. Ficou debaixo do chuveiro até a água gelar. Depois deitou-se na cama e esperou que o sono a viesse buscar. A Ana já não chora. As lágrimas acabaram por secar. Nunca mais disse uma palavra, e perdeu o brilho do olhar. 

 

Amontoam-se livros e cadernos, mas o tempo passa e não lhes quer tocar. Aumentam os intervalos entre visitas e sabe que um dia vão acabar. As amigas namoram, algumas falam em casar. Ana acorda e adormece. Raramente se lembra de comer. Não sai de casa, porque não lhe apetece. Não tem vida porque a vida a deixou morrer.

 

Ana, que não se chama assim, não quis dar tempo ao tempo, teve pressa de crescer. E de cada vez que aquele carro passa, assustada disfarça, mas continua a estremecer….

 

E do tempo a que quis dar pressa, fez tempo de se perder.

  

 

 

 

 

 

 

 

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* * Flocos de neve em mim * *

Janeiro 12, 2008

 

 

 

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Os dias fizeram-se noites

na longa espera de ti,

Os meses parados no tempo

levaram anos ao fim.

Nas horas em que ainda me lembro,

tenho saudades de mim.

Na longa espera do tempo

Tenho saudades de ti

As noites balançam ao vento

Embalam-te até aqui

 

Das árvores dos meus caminhos

que dominavam o meu mundo

A que tantas vezes subi,

da neve em flocos ligeiros

a cobrir a relva do jardim

a brincar com os meus medos

e eu a fugir de mim

 

Das corridas na areia

Molhada da maré cheia

De me fazeres cair

De perder o fôlego a rir.

Sentados a namorar

Partilhando um luar

Das conchas na maré vaza

Dos beijos ao ir para casa

 

Das noites faço agora

Calmo descanso dos dias

Areias brancas, águas serenas

Flores na relva do jardim

Envolvo-as em memórias ternas

Num doce encanto de ti

E flocos de neve em silêncio

Que me devolvem a mim

 

 

 

Gata & Ki

 

Um-dia

Janeiro 10, 2008

 

 

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Um dia encontrarei o caminho que me leve à porta do meu destino. A uma porta encarnada, de madeira, numa casa branca e caiada, banhada pelo mar, inundada pelo sol. Protegida dos ventos pelo calor que se faz lá dentro.

 

Um dia hei-de saber de cor cada ranger de cada degrau, que desce da minha varanda à beira do teu quintal. Do meu jardim saberás as cores, os aromas e texturas e do teu pomar provarei fruta, uma verde outra madura.

 

Um dias as estações já não terão o que as defina, serás tu o meu sol, eu a tua chuva fina. Faremos o nosso tempo, de tempestades e acalmias, de luares partilhados e de enganar as manhãs frias.

 

Um dia na lareira, onde se agigantava o lume, dormirão pequenas brasas. Aninhadas entre cinzas que se penteiam ao acordar com ar de quem se deita sem nunca descansar. Mas sorriem cumplicidades, e salpicam alegria, espuma na orla do mar, em hora de maré vazia.

 

Um dia de tanto andar, hei-de voltar ao meu caminho, à brisa fresca do mar, ao ritmo que me marca o destino. Das horas perderei noção, não por preguiça ou esquecimento, mas do teu amor farei relógio, do nosso canção solta no vento…

 

Um dia da palavra amor, não saberei uma letra sequer, mas saberei o teu rosto, o teu sorriso, o teu querer. E saberás tirar de mim, notas vibrantes de som nenhum. Na casa de muros brancos, cuja porta range um pouco, seremos amigos amantes, um tanto sábios e algo loucos…  

 

 

 

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