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Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

Lazy Cat

No meu cérebro vive um caos sinfónico de ideias desordenadas. Num harém simbólico, todas concorrem -APENAS- pelo teu olhar deslumbrado...

que farei?

Fevereiro 27, 2008

 

 

Que farei nas noites sem ti

Entre lareira e livros

Sem a voz que me aconchega

Que me murmura ao ouvido

 

Que farei nas madrugadas azuis

Coroadas de fios de prata

Sem o teu corpo perto do meu

Que me aquece e completa

 

Que farei quando a noite cai

Trazendo de volta os fantasmas

Sem o teu sorriso sereno

Que me contas histórias de fadas

 

Que farei ao acordar sozinha

Numa cama repleta de sonhos

Sem o teu olhar de bom dia

Promessa de dias risonhos

 

Que farei afinal meio perdida

Entre noites e dias em vão

Sem a presença no meu caminho

Da luz que quebra a escuridão

 

 

Que farei...

 

 

Fiz da voz do fogo companhia

Entre letras e calor

Das palavras murmúrios distantes

De um discreto narrador

 

Das madrugadas frias fiz vento

Que se enrola em tempestade

Parei o relógio do tempo

No limite da minha vontade

 

Dos fantasmas fiz quadros de giz

Onde escrevo contos de arrepiar

Que acabam sempre em feliz

Bastando apenas acreditar

 

Do acordar fiz um longo ritual

De sonhar abrindo os olhos

Desenhando sorrisos em caras

Em resmas escritas de sonhos

 

Da luz negra fiz companhia

Para me embalar o sono

Passeio na luz das estrelas

Entre aconchego e abandono. 

 

...

Fevereiro 26, 2008

 

 

A.Decker Moon

 

 

 

Do negro feitiço do tempo

Quebras a monotonia,

Brilhando em mim por momentos

Trazendo à noite magia.

 

De longos dedos alados

Vestes a noite de brilhos,

De sorrisos desenhados

Em rostos agora tranquilos

 

Embalas sonhos perdidos

Em sonos de acreditar

Sedutora feiticeira,

No meu telhado a brilhar

 

 

 

Esta imagem foi roubada aqui

 

Ao fim da noite

Fevereiro 23, 2008

Ao fim da noite desdobro-me, sou feiticeira e feitiço alado, sou vento que corre leve, no teu peito aconchegado. Ao fim da noite recomeço, com novas artes e magia, sou apenas um pássaro, breve cotovia. Ao fim da noite perco o rumo, deixo o tempo adormecer, sou um fantasma alado, que sabes reconhecer. Ao fim da noite sou piano, cujas notas ouves ao luar, sou melodia eterna, em berço de embalar. Ao fim da noite sou poema, em rimas de inventar, sou anátema em eterno desvendar. Ao fim da noite sou cigana, folhos e luzes de bailar, sou apenas uma sombra de velas a bruxulear. Ao fim da noite sou sereia, em mares de naufragar, sou corrida de estrelas em suspensão no ar. Ao fim da noite sou silêncio, verso e abraçar, ao fim da noite sou segredo, que não sabes encontrar.

 

Ao fim da noite na praia, sou maré em eterno vazar, sou concha vazia e dispersa entre grãos a vaguear. Ao fim da noite na água, sou alga a flutuar, presa ao destino incerto de uma onda a rebentar. Ao fim da noite da ilha, apenas vejo brilhar a candeia que manténs acesa, para te saber procurar. Ao fim da noite sou sacerdotisa do amor que comparte a tua vida, a destrói e suaviza e te faz sentir maior. Ao fim da noite nas trevas, sou borboleta a esvoaçar, queima as asas mas repete, crê que a luz a vai saciar. Ao fim da noite sou infinito espraiado no teu corpo, sou carícia, sou riso, sou gemido rouco. Ao fim da noite sou sonho, palavras de cheiro risonho, versos de recomeçar. Ao fim da noite sou ponte, passadiço por levantar, ao fim da noite sou praia, adormecida ao luar.   

   

    

    

     

     

     

 

 

 

 

 

 

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Esta imagem foi roubada aqui

 

 

E* n*o t* a*o

Fevereiro 20, 2008

 

 

 

Não, não te amei vagamente como quem não se lembra bem de quê.

 

 

 

 

Com cada poro da pele

Com cada célula de mim

Não te amei calmamente

Mas amei-te, isso sim

 

Com cada sorriso rasgado

Com cada perguntar porquê

Não te amei simplesmente

Foste um acto de fé

 

Com cada gesto contido

Com cada gesto que fiz

Amei-te, amante, amigo

E tudo o que nem se diz

 

Com cada lágrima amarga

Com cada perder o norte

Amei-te como o vento

Tão impotente, e tão forte

 

Com cada letra fustigada

Com cada grito mudo

Amei-te, história roubada

Princípio e fim de tudo

 

Com cada verdade dita

Com cada mentira calada

Não te amei noite dentro

Foi sempre de madrugada

 

Com cada passo inseguro

Com cada corrida alada

Fiz de ti o meu mundo

Foste tudo e eras nada

 

 

 

 

Não, não te amei facilmente, mas amei-te. Possivelmente.

 

 

 

Letra da música aqui

 

Luz Violeta

Fevereiro 18, 2008

 

 

 

 

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- Nããããoo!

 

O grito ecoou pelo prédio inteiro, enquanto Manuel acordava de um sonho, coberto de suor e se sentava sem saber bem como na cama.

 

Acenderam-se luzes nos quartos dos apartamentos vizinhos, perguntou-se baixinho o que seria, olhando ainda estremunhados os casais um para o outro, sentindo o coração bater cada vez mais depressa e disparar, cavalgar loucamente pelas estradas do medo.

 

- Que foi isto? Quem gritou assim? Perguntou Manuela ao marido. – Que terá acontecido?

 

Manuel encostou-se às almofadas, respirando com dificuldade. Escorria-lhe suor pela cara abaixo, o pijama estava encharcado. As mãos tremiam-lhe se que as pudesse parar e as lágrimas misturadas com o suor salgado faziam-no parecer um espectro, sem cor e de olhos alucinados. Apertou os joelhos com os braços, tremendo sem parar, gemendo algo ininteligível, murmurando torturas com o olhar. Procurou a parede, a janela, e ver para além dela, a luz pálida do luar. Estava branca, a lua.

 

Não tinha noção do tamanho do grito nem da onda de terror que provocara. Não sabia que nas casas vizinhas havia ainda luzes por apagar, mulheres que se encostavam aos maridos, a cabeça a latejar, presas ao horror do grito que as fizera acordar. Havia gente sozinha, de luzes acesas a tentar esquecer, a tentar fechar os olhos e adormecer. Porque sempre se adormece sozinho, por mais gente que se tenha ao lado, o caminho do sono é solitário, assim como o da morte ou o da vida.

 

Alguns reviveram medos de infância, que pensavam ter ultrapassado, outros ficaram de olhos abertos, na esperança de perceber, pelos ruídos do prédio, o que podia ter-se passado. Mas Manuel mantinha-se imóvel, olhos postos na lua, branca, branca e fria. Afinal só tinha sonhado, era a sua casa, a sua cama, o seu mundo e ainda vivia. Aos poucos o corpo foi-lhe obedecendo e voltou a prender os fios de pensamento, a dirigi-los em vez de se deixar levar por eles.

 

Este sonho repetitivo e insistente havia meses que lhe tirava o sono. Tirara-lhe a Sónia, tirara-lhe os filhos. Apenas lhe restava os comprimidos pequenos que o faziam cair num sono pesado. E não o impediam de sonhar. Ao longo dos meses construíra o puzzle, tinha sonhado cada fragmento, cada imagem, cada desenvolver de horror, sempre o fim.

Mas nunca tinha sonhado o princípio antes de hoje, e por isso gritara assim. Por isso o frio lhe gelava o corpo e a alma, por isso tremia sem fim.

 

Tanto quanto se conseguia lembrar, não havia relatos de terramotos neste país. Apesar de ter pesquisado, quando os sonhos o visitavam em noites distantes entre si, antes de perder a capacidade de raciocinar, não havia conhecimento de nada que pudesse fazer o mundo acabar assim. Convencera-se que o sonho era uma analogia, que retratava a sua vida e não a do mundo, e que, mais dia menos dia, sonharia o seu próprio fim.

 

Agarrou nos seus pequenos companheiros de viagem, agora que tinha sonhado o principio, talvez tivesse chegado o fim, e pudesse acordar de novo, para uma vida sem pesadelos insistentes, para um dia-a-dia comum, banal e rotineiro, que lhe parecia agora de todos, o destino mais desejado. Reviu a luz violácea que o fizer gritar, estremeceu.

Um copo de água, tomou os comprimidos, fechou os olhos e adormeceu.

 

 

Aos poucos foram sossegando as casas vizinhas, o escuro foi disfarçando as janelas. Levantou-se um burburinho lá fora. Uma onda de sons desconhecidos e inquietantes encheu o ar e todo o espaço, mas Manuel dormia sem sonhos, pela primeira vez em muito tempo, para ele nada disto aconteceu. E num clarão violeta gelado, perante os olhos dos satélites imediatamente obsoletos, o mundo inteiro desapareceu.

 

 

 

 

 

 

 

Lazy Cat

Fevereiro 17, 2008

 

 

 

Lazy cat on a roof found a piece of cheese

Drank a drop of water, yelled the sky cheers

 

Lazy cat on the street found a piece of gold

What she bought with, is a secret never told

 

Lazy cat on a cloud, travelled far away,

Slept with the wind, came back with the day

 

Lazy cat on her roof, found out a new cushion

Made very simply of … never ending passion!

 

 

  

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Dá-me a mão...

Fevereiro 15, 2008

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Dá-me a mão, apenas por um momento,

Deixa que o tempo passe e se faça lento

Deixa que me encoste ao teu calor

Dá-me apenas mais uns minutos de amor

 

A vida lá fora corre veloz

Feita de dor e sofrimento atroz

Abraça-me e deixa-me adormecer

Fechar os olhos e tentar esquecer

 

Dá-me a mão, apenas por um segundo

Deixa que o tempo apague este mundo

Deixa que me afogue em ti

Dá-me força para superar o que vi

 

A vida lá fora não pára quieta

Fez do fim do mundo uma meta

Aconchega-me e deixa-me sonhar

Criar um mundo às cores e brincar

 

Dá-me a tua mão, apenas para sempre

Deixa a porta aberta e que o sol entre

Deixa que a vida seja feita assim

De ternura que te dou e me dás a mim

 

A vida lá fora, cegamente avança

Destrói sem pensar as nossas crianças

Abraça-me e não me deixes ir

Antes que saiba de novo sorrir

 

Dá-me a mão, apenas…para sempre.

 

                                                          

 

NÃO ME MINTAS - Ru...
Letra da música aqui.

Abraça-me

Fevereiro 12, 2008

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Abraça-me como o vento de verão se enrola,

Aquecendo cada recanto da alma, sorrindo com calma

Abraça-me e embala o meu sono

Herói incontestado de sonhos sem dono

Abraça-me nas noites frias em letras de fogo

Num entretecer de silêncios em diálogo

Abraça-me sem pedir troco,

Dando infinitos de ternura que sabem a pouco

 

 

Abraça-me, sol de fim do dia

Criando suspiros, mestre de magia

Abraça-me quando a noite escurece,

Quando o tempo se apaga e tudo arrefece

Abraça-me respirando devagar

A mão no meu cabelo, o peito a ofegar

Abraça-me e afaga a minha vida,

Faz dela uma teia frágil e colorida

Onde se tecem fios longos de amar.

 

 

Abraça-me na despedida, quando a lua se volta a deitar

Preso ao fio de regresso, que fiamos de noite ao luar

Abraça-me nas águas revoltas de um rio por conquistar

Entre salpicos e ramos que atrasam o chegar

Abraça-me a fogo lento, ao serão, devagar

Com torrradas e chá quente a fumegar

Abraça-me na distância, que me permite sonhar

E fazer deste abraço, o único em que quero acordar.

   

L.

Fevereiro 10, 2008

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A velocidade a que o carro engolia a estrada reflectia claramente aquela a que os seus pensamentos se perdiam. Entre cada sacudir de cabeça e tentar afastar o sorriso que lhe pairava diante dos olhos, o carro enchia-se do cheiro dela e todos os seus sentidos, por mais que o quisesse evitar, gritavam o nome dela como ele nunca soubera gritar.

 

Naquela tarde o destino decidira juntá-los, encontraram-se numa passadeira, por acaso. Ela a pé, ele de carro. Ela de regresso a casa, ele a caminho de uma reunião importante, e já atrasado. Por pouco não a atropelava….de cada vez que pensava nisto o seu coração dava um salto. Ela, sorridente e bela, de cabelo solto em cachos, o pé distraidamente fora do passeio, ele, furioso e apressado, quase nem viu o semáforo avariado.

 

- Luísa?!

 

Voltou a olhar. Com certeza o seu cérebro lhe pregava partidas, por estar na cidade dela, só isso. Mas não, era ela sim. De olhar fixo nele, como um alfinete ou uma flecha, feito de mil perguntas e outras tantas promessas. Saiu do carro, sem pensar na fila que lentamente se formava, sem ouvir buzinar, sem ver nada além dela. E prendeu-a carinhosa e demoradamente nos braços, enterrando a cara no seu cabelo, aspirou o cheiro dela, afogou saudades sem apelo.

 

Ela não pronunciou uma palavra, muda de espanto e temor, receosa que agora que o via, todas as suas boas intenções valessem menos que nada.  Mas deu-lhe a mão, e sentou-se no carro, ainda que sem saber bem porquê, sem querer ter certezas de nada. Ele falou, disse ao que vinha, mas que estava muito atrasado, a reunião seria adiada. Ofereceu-lhe um gelado, apesar da fria tarde de Inverno, ela aceitou, calada.

 

Na esplanada frente ao mar, avistavam gaivotas. Num vai e vem constante, numa azáfama permanente de quem vive desocupada. O primeiro beijo foi trocado assim, de caras viradas ao sol, numa esplanada, numa tarde roubada à vida. E as bocas não mais se largaram, dizendo tudo o que escondiam em palavras. E as mãos, entrelaçadas, fizeram juras secretas, aninharam-se uma na outra, e assim ficaram.

 

Mas chegou a hora de fechar a porta, voltar ao carro, rumar a casa, a dela já ao virar da esquina, a dele, tão afastada. Estacionado à beira da praia, beijou-a como quem bebe vida, prendeu-a como quem prende a saudade, como quem abre de novo uma ferida. E deixou-a à porta de casa, de cabelo solto a dançar ao vento, olhos marejados e no entanto, nem um olhar para trás no derradeiro momento.

 

Agarrou nas chaves e despediu-se com um beijo leve. Desceu as escadas, café e jornal, o bom dia de sempre, o pedido habitual, as conversas dos vizinhos, numa manhã normal. Entrou no carro e foi invadido pelo cheiro dela e pela certeza que nunca, por mais que o tempo e a distância pudessem fazer, ele iria esquecer o amor daquela mulher….

 

 

Letra da música aqui.

 

Le Geant De Papier...

;-)

Fevereiro 07, 2008

 

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Na loucura dos dias que nos fogem entre os dedos

É em ti que procuro aconchego.

Nas frias madrugadas em que o vento sopra raivoso

É em ti que me encontro de novo

Nas noites em claro, nas tardes de grande escuridão

É em ti que procuro carinho e atenção

Na incerteza da vida que corre mesmo sem direcção

É em ti que procuro protecção

 

 

Na loucura dos tempos que escondem em segredos

É em mim que saras a alma de medos

Nas noites passadas em claro e de olhos abertos

É no meu olhar que sabes estar certo

Nas manhãs preguiçosas ao sol doce de Inverno

É de mim que procuras um abraço terno

Na incerteza que por vezes te atrapalha e ata as mãos

É no mapa de mim que lês a direcção.

 

Fio, nó, laço.

Desafio e abraço.

 

 

 

 

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