O Lugar mais certo do mundo
Dezembro 22, 2007
Anseio pela doçura e o carinho, pelas palavras sussurradas, os segredos contados baixinho, pela profundidade do olhar, pelas letras que dançam, devagar formando ideias que não trocamos, que são de nada, são de vento perante o abraço em que fico aninhada. Anseio pelo calor, das almas que se encontram e afagam, das mãos que se colam , das vidas que se apagam. Pelo silêncio que se faz, quando a cumplicidade existe e se apraz, quando o tempo passa lento, se eterniza, e num momento tudo se faz.
Anseio pela verdade, de cheiros que se misturam, que se entrelaçam e mesmo distantes perduram, pela certeza tão leve de que no teu ombro como nenhum outro, haverá sempre sol e fará sempre sombra e haverá sempre um lugar com a minha forma. Anseio pelo frio das noites de Inverno, que nos fazem procurar refúgio. Pelas madrugadas molhadas de finas brumas, dos braços que se afastam, sem mágoas. Pela certeza do incerto, ainda que muito longe, sempre muito perto.
Anseio pela doce tortura da tua mão na minha cintura, dos teus braços à volta dos meus e dessa longa ternura, entrançada de nós, que ainda perdura, adormecido o sol e adormecidos nós. Anseio pelas palavras nunca ditas, pelas letras escondidas, pelas surpresas não feitas, pelas noites de lua. Anseio pelas horas incertas, entre os vales profundos e praias desertas, em que me encosto ao teu ombro, e me perco no assombro de simplesmente ser tua.
Este texto já tinha sido publicado aqui.