ruInas
Janeiro 29, 2008
Ruíram os muros, deixando ver carcaças de edifícios esventrados. Alamedas que já tinham sido, bordadas de esqueletos de árvores petrificadas. Por todo o lado destruição. Casas feitas apenas de fachadas, paredes carcomidas e janelas a custo imaginadas. Cinzas pesadas e escuras cobrem tudo o que a vista alcança, aqui e ali vestígios de partes de um brinquedo de criança.
Nesta terra de ninguém feita de fuligem e pedra, a hera deixou de se agarrar às paredes para se fundir nela, a luz deixou de ter brilho, paira levemente baça, e apenas se sente no ar ausência e vazio, como uma espada que nos trespassa. Não há sons, a vida partiu para outras paragens, o que dela restava, farrapos envoltos em fantasmas. Resta no meio do outrora parque, brilhante e singela, uma flor, insultantemente bela!