Abraça-me
Fevereiro 12, 2008
Abraça-me como o vento de verão se enrola,
Aquecendo cada recanto da alma, sorrindo com calma
Abraça-me e embala o meu sono
Herói incontestado de sonhos sem dono
Abraça-me nas noites frias em letras de fogo
Num entretecer de silêncios em diálogo
Abraça-me sem pedir troco,
Dando infinitos de ternura que sabem a pouco
Abraça-me, sol de fim do dia
Criando suspiros, mestre de magia
Abraça-me quando a noite escurece,
Quando o tempo se apaga e tudo arrefece
Abraça-me respirando devagar
A mão no meu cabelo, o peito a ofegar
Abraça-me e afaga a minha vida,
Faz dela uma teia frágil e colorida
Onde se tecem fios longos de amar.
Abraça-me na despedida, quando a lua se volta a deitar
Preso ao fio de regresso, que fiamos de noite ao luar
Abraça-me nas águas revoltas de um rio por conquistar
Entre salpicos e ramos que atrasam o chegar
Abraça-me a fogo lento, ao serão, devagar
Com torrradas e chá quente a fumegar
Abraça-me na distância, que me permite sonhar
E fazer deste abraço, o único em que quero acordar.