Manhãs de Inverno
Outubro 22, 2008
Acordo. Ainda meia perdida nas brumas de sonhos vagos que deixaram o meu corpo a vibrar, procuro-te. O espaço ao meu lado está apenas morno, sinal de que já o deixaste há algum tempo, mas o quarto continua inundado de escuridão. Não te ouço. Procuro descobrir barulhos familiares pela casa, mas nada indica que ainda cá estejas. Estranho. Ainda não me mexi. Acho que nem abri bem os olhos. O meu coração bate mais depressa do que seria de esperar, o meu corpo não se conforma com a ausência do teu. Mexo-me levemente e o meu peito agradece a leve carícia dos lençóis. Puxo um braço para dentro da cama e descubro com um sorriso humidade e calor. Hummmm... Os meus dedos procuram dobras que conhecem bem, ouço-me gemer baixinho como se estivesse longe, está demasiado calor aqui e, enquanto as minhas mãos repetem gestos que me levam cada vez para mais longe, as pernas destapam-me por inteiro, libertando o meu corpo, deixando que os movimentos se tornem mais livres e ritmados. O ar fresco do quarto enrijece-me os mamilos, tornando um breve tortura não ter a tua boca para os receber, os teus dentes para os mordiscar, a tua lingua vadia para os percorrer, devagar, muito devagar...
É neste momento que me prendes as mãos, puxando-as para cima, enquanto o peso do teu corpo me esmaga contra a cama, o teu quer o meu corpo e é assim que o reclama. A tua boca molha a minha pele, morde sem escolher, o teu membro procura o caminho e enterra-se possante numa zona macia que se molha para o receber. As tuas mãos prendem-me e marcam os pulsos, algemas humanas impossíveis de quebrar e retiras-te de mim no momento preciso em que me preparo para gozar.