Dá-me um abraço.
Setembro 04, 2012
Pode ser pequeno e imperfeito.
Posso nem encostar a cabeça ao teu peito.
Mas dá-me um abraço. Porque à força de certezas matámos todos os “se” e os “se” são portas de esperança, caminhos de possibilidade. São grávidos de antecipação, imaginação, maduros de coragem. São luzes que se acendem à noite, quando o mundo escurece e se fecha, faróis num mar negro de fúrias alvas, pedras brancas que se deixam cair, para se manterem erguidos os braços, abrindo caminho.
Preso a cada “se” vem um sorriso, um suspiro ou um anseio. Vem saudade, vem vontade, vem desejo. Preso a cada "se" vem um fio de coragem. De cada “se” pode nascer um laço, um abraço, um libertar. Em cada “se” vive uma certeza, quieta, adormecida, expectante e delicada. Por detrás de cada “se” há um coração que perde o compasso, que voa alto, alto, pelo espaço…
De cada “se” deixado a vaguear nasce a certeza de que há, haverá, passe o tempo que passar, algo porque que sonhar, viver, vibrar, todos os dias.
Pode ser um abraço. Pequeno. Imperfeito.