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Outubro 17, 2012
Amanhece um dia cinzento e molhado enquanto ela se enrosca na cama, abraçada à almofada. Naquele canto as gotas fazem música, nota a nota, num leve bater e salpicar que lhe embala a preguiça e lhe perde os pensamentos entre mundos. Vê como as gotas explodem em salpicos coloridos nos vidros, vermelho, verde, lilás, que estranho! Azul, amarelo, vitrais efémeros num sonho acordado de notas harmónicas que se desfazem em cores. Ao longe a cidade acorda, num misto de vapores e de vozes, de gritos e correrias, de passos atropelados, de murmurados bons dias. Ao longe, muito ao longe, a ponte apenas se estende, linha que corta o longo nevoeiro embaciado, como uma falha, ou um erro. Aqui são as buzinas e os passos, os cheiros que pelas janelas entreabertas lhe invadem a casa e os sentidos. Lhe arranham a dormência. Entre o leve calor das penas e
a vida húmida, refém das horas, há rios que sobem montanhas, cascatas de felicidade colorida. Salpicos que se prendem nos cabelos, pingos de cor, leves, imprecisos. Nuvens de conforto passam cadenciadas, vazias, brancas. Berços de sonos alienados. Pétalas pairam macias sobre o ar quente em espiral, cochicham em corrupio e voltam a nadar. Cabelos leves, ao vento, o sol, erva macia, pés descalços a voar. Pele, nua, aquecida, café e torradas a chegar. Quente a chuva do vento, azul o sol a brilhar, dorme e sonha a contento, a vida leve a chegar….
a vida húmida, refém das horas, há rios que sobem montanhas, cascatas de felicidade colorida. Salpicos que se prendem nos cabelos, pingos de cor, leves, imprecisos. Nuvens de conforto passam cadenciadas, vazias, brancas. Berços de sonos alienados. Pétalas pairam macias sobre o ar quente em espiral, cochicham em corrupio e voltam a nadar. Cabelos leves, ao vento, o sol, erva macia, pés descalços a voar. Pele, nua, aquecida, café e torradas a chegar. Quente a chuva do vento, azul o sol a brilhar, dorme e sonha a contento, a vida leve a chegar….