...e veio o vento.
Setembro 04, 2012
Por entre árvores, casas, janelas, muros. Por detrás de portas, abrigos, lugares supostamente seguros. Por dentro do tempo, que passa e que se faz, do tempo que chove e que grita em que a vida aflita se compraz. Veio o vento em turbilhões acesos, em gritos roucos e profundos, por entre os sulcos de uma integridade rasgada. Veio o vento secreto e pomposo, que ora se faz silêncio e ausência ora longa fita desenrolada. Veio o vento amarelo, quente e tortuoso, gélido e pálido, cinzento. E limpou cada canto, recanto, cada pedaço, cada distância, cada beijo, cada abraço. Veio o vento e levou tudo, num arraso.